Exército do Sri Lanka avança e 80 mil civis fogem

Militares afirmam que rebeldes controlam apenas 8 quilômetros na costa do país; 43 guerrilheiros morreram

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Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

Milhares de civis fugiram da zona de conflito no Sri Lanka nesta quarta-feira, 22, enquanto as tropas tomavam mais posições no último território controlado pelos rebeldes do Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE). O governo voltou a dizer que o fim da guerra civil de 25 anos no país está próximo.

 

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As Nações Unidas e grupos humanitários pediram a interrupção imediata dos confrontos, para que mais civis pudessem escapar. Nos últimos dias, segundo os militares, mais de 80 mil civis deixaram a área controlada pelos guerrilheiros. As forças oficiais ignoram os pedidos de trégua, dizendo há semanas estar às vésperas de derrotar os rebeldes, atualmente espremidos em uma pequena faixa do território do país.

 

Anteriormente, o governo qualificou a área como uma "zona de trégua", para proteger os civis. Porém depois disso as tropas invadiram a região e capturaram trechos dela na segunda-feira e na terça-feira. Pelo menos 43 rebeldes morreram nos confrontos, segundo o porta-voz brigadeiro Udaya Nanayakkara. Segundo o porta-voz, atualmente os rebeldes controlam apenas 8 quilômetros ao longo da costa nordeste do país. Dois oficiais rebeldes se entregaram, junto com suas tropas, afirmou o brigadeiro.

 

O até então porta-voz dos rebeldes, conhecido como Daya Master, e um intérprete do braço político dos insurgentes, conhecido apenas como George, se entregaram ao Exército. Ambos tinham papeis importantes no trato com a imprensa e nos contatos com diplomatas estrangeiros, durante o processo de paz mediado pela Noruega, agora esquecido. Nanayakkara disse que o antigo porta-voz é o mais alto rebelde a se render até agora. Mas ele afirmou que os outros membros do LTTE ainda resistem ao Exército. Segundo o porta-voz, não houve baixas entre os militares.

 

A ONU estima que mais de 4.500 civis morreram nos últimos três meses. Na terça-feira, os rebeldes acusaram o governo de matar mil civis, em sua última ofensiva, o que o Exército nega. No passado, grupos humanitários afirmaram que as tropas atacaram a área densamente povoada. Não é possível obter relatos independentes da área de combate, porque os jornalistas são barrados da zona de conflitos.

 

O governo emitiu um ultimato de 24 horas para os rebeldes, expirado na terça-feira, sem resposta do LTTE. Grupos de direitos humanos acusam os rebeldes de manterem civis, para usá-los como escudo humano. O grupo nega reter os civis.

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