Um grave conflito armado ocorreu na capital do Congo nesta quinta-feira, 22, próximo à casa de um ex-senhor da guerra que foi derrotado nas últimas eleições à Presidência do país, disseram autoridades da ONU e testemunhas. "Continuamos em situação de crise", disse o porta-voz militar da ONU, Didier Rancher, nesta quinta-feira. "Certamente houveram mortes, apesar de não termos dados. Nesse instante nossa prioridade são os vivos e os feridos". Enquanto residentes fugiam, soldados do governo tomaram as ruas da cidade e trocas de tiro e explosões continuaram por toda a tarde. Rancher disse que veículos blindados da ONU estão tentando retirar estudantes presos em escolas e trabalhadores bloqueados em seus escritórios. Não há informações de quantos estão feridos. Homens vestindo uniformes da guarda armada do candidato Jean-Pierre Bemba, que perdeu as eleições passadas, puderam ser vistos atirando, mas a maioria dos revoltosos estava escondida e difícil de ser identificada, de acordo com um fotógrafo da Associated Press no local. Foi o primeiro conflito na capital desde que Joseph Kabila assumiu a presidência no dia 6 de dezembro. Ele é o primeiro presidente eleito de forma democrática desde 1960. Rancher disse que não estava claro porque o tiroteio e as explosões começaram, perto da casa de Bemba, mas confirmou que membros da guarda de Bemba estavam confrontando o exército do Congo. Um porta-voz do governo em Brazzaville disse que o gabinete do prefeito foi atingido, mas que ninguém se feriu. Bemba fez um apelo em uma rádio apoiada pela ONU para os membros de sua guarda cessarem o ataque. Não ficou claro imediatamente se suas tropas estavam cumprindo a ordem. O Conselho de Segurança da ONU "manifestou séria preocupação" com a violência no Congo. Em declaraçao, pedirar "um cessar-fogo imediato, ações responsáveis e resoluções por meios pacíficos".