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Exército filipino mata dois membros de oposição de esquerda

Desde janeiro, 22 políticos já foram mortos; eleições acontecem em 14 de maio

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois membros do grupo Kilusang Mambubukid ng Pilipinas (KMP, Movimento de Camponeses das Filipinas) morreram e três foram feridos por soldados do Exército no sudeste das Filipinas, informou nesta sexta-feira, 27, uma fonte policial. Na quinta-feira, as vítimas caminhavam de volta para suas casas, na região de Compostela Valley, 950 quilômetros a sudeste da capital, segundo Geary Barias, comandante da Polícia Nacional das Filipinas. Segundo a versão oficial, eles haviam bebido, resistiram a ser revistados por uma patrulha e mostraram uma atitude rude. Os militares, então, abriram fogo. A mesma fonte disse que os soldados temeram que os cinco fossem guerrilheiros comunistas do Novo Exército do Povo tentando penetrar infiltrados na região, e que desconheciam a filiação política das vítimas. O porta-voz do KMP, Carl Ala, disse que a situação em Compostela Valley "já é pior que uma lei marcial". Várias organizações de direitos humanos sustentam que as "execuções extrajudiciais" fazem parte de uma estratégia premeditada, que identifica como membro da guerrilha qualquer militante de esquerda, sindicalista ou defensor da reforma agrária. O grupo Karapatan (Direito) documentou 836 assassinatos e 355 tentativas nas Filipinas desde 2001, mas a polícia só reconhece 116 mortes por razões políticas. Mais mortes Na noite de quinta-feira, quatro pessoas morreram e outras 12, inclusive seis policiais, foram feridas em um tiroteio entre guarda-costas de dois políticos rivais na província filipina de Nova Écija, no norte do arquipélago. O confronto aconteceu na cidade de Jaén, cerca de 150 quilômetros ao norte da capital. Os seguranças do vereador Rodolfo Antonino e do ex-prefeito Antonio Esquivel começaram a troca de tiros por razões ainda desconhecidas, segundo o chefe da polícia regional, superintendente Ismael Rafanan. Os dois políticos saíram ilesos do tiroteio, mas quatro pessoas morreram no local, entre elas um policial e um candidato a vereador nas eleições de 14 de maio, disse a mesma fonte. Há três dias, outros dois políticos e um funcionário morreram na mesma localidade. A Polícia Nacional das Filipinas afirma que 22 políticos já haviam sido mortos em 80 ataques diferentes desde 14 de janeiro, quando começou o período de inscrição para as eleições. As eleições legislativas estão marcadas para 14 de maio.

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