O Exército de Israel invadiu uma cidade no sul do Líbano e chegou o mais perto de Beirute do que em qualquer momento desde o começo do conflito nesta quinta-feira. Em mais um dia marcado por hostilidades entre israelenses e os guerrilheiros do Hezbollah, quatro libaneses foram mortos, e do lado de Israel, um soldado e dois civis também morreram. Tropas terrestres israelenses tomaram controle de Marjayoun, a principal cidade cristã do Líbano, antes do amanhecer desta quinta-feira, causando explosões e abrindo caminho durante todo o dia rumo a posições altamente fortificadas do Hezbollah. Uma grande explosão sacudiu o centro da cidade e a zona rural ao seu redor, e um grande incêndio podia ser visto de um ponto de observação em Ibl el-Saqi, cerca de 3 km ao leste. O Ministro do Interior libanês, Ahmed Fatfat, disse à Associated Press que cerca de 350 soldados e policiais libaneses em Marjayoun estavam mantidos sob custódia. Moradores disseram que os israelenses também tomaram um prédio nos quartéis, guardaram munições e armamento e levaram as chaves. Uma porta-voz do Exército de Israel disse que os soldados chegaram a um prédio na cidade, onde havia soldados, policiais e refugiados, mas apenas os aconselharam a permanecer no local para sua própria segurança. "Ninguém foi feito prisioneiro", disse ela, em condição de anonimato. Com a conquista de Marjayoun, o Exército israelense ficou mais próximo de Beirute do que em qualquer outro momento desde que o conflito começou, em 12 de julho. Israel reportou que um de seus soldados morreu e outros dois ficaram feridos em Qleia, ao sul de Marjayoun, quando guerrilheiros do Hezbollah dispararam um míssil contra um tanque. O Hezbollah divulgou ter matado pelo menos 16 soldados israelenses e destruído 18 tanques. Ataques com foguetes Dois civis israelenses também morreram em ataques de foguetes do Hezbollah, um mãe árabe-israelense e sua filha, no vilarejo de Deir al-Assad. Segundo Israel, o Hezbollah disparou 160 foguetes durante o dia. Do lado libanês, o índice de mortes foi significativamente menor do que nos últimos dias, com apenas quatro mortos, todos civis atingidos em ataques israelenses aéreos e de artilharia. Mais cedo nesta quinta-feira, o primeiro-ministro libanês anunciou que Israel diminuiria a intensidade dos ataques com o objetivo de dar chances para que o processo diplomático leve a um cessar-fogo na região. De fato, segundo a rede de TV CNN, um novo texto propondo o fim das hostilidades deverá ser votado já nesta sexta-feira. Mais de 800 pessoas no Líbano e em Israel já morreram desde o começo do conflito - 715 no lado libanês e 121 no israelense. Em Beirute, aviões israelenses cobriram o centro da cidade com panfletos que ameaçavam uma reação "forte e dolorosa" aos ataques do Hezbollah e avisavam os moradores para evacuarem três bairros no sul da cidade. Outros alertas jogados por aviões diziam que qualquer veículo que passasse por uma estrada principal no norte para a Síria seria considerado um alvo para ataques. Mais cedo, mísseis disparados por helicópteros israelenses explodiram o topo de um farol histórico no centro de Beirute, em um aparente esforço para derrubar uma antena de transmissão da TV libanesa.