Exército israelense mata 13 palestinos

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Por Agencia Estado
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Treze palestinos - 12 atiradores e um menino - morreram durante uma incursão de tropas israelenses na Cidade de Gaza que durou do final da noite de ontem até a manhã deste domingo, para destruir locais onde, segundo alega Israel, se fabricam bombas. Outros 67 palestinos ficaram feridos. O ataque, o maior em Gaza desde que começou a segunda intifada há dois anos, ocorre exatamente dois dias antes das eleições gerais israelenses. O ministro da Defesa de Israel revelou, ao mesmo tempo, que considera reocupar a longo prazo toda a Faixa de Gaza, onde vive mais de um milhão de palestinos. Os palestinos acusam o primeiro-ministro Ariel Sharon de ordenar o ataque a fim de obter mais votos. Acrescentaram que durante a longa incursão de oito horas o Exército destruiu 130 oficinas e lojas, embora apenas em sete delas se trabalhasse com produtos metálicos. Já os militares disseram ter encontrado material para produção de armas e ter apreendido mísseis antitanques e outras armas durante a operação. Também no domingo, um menino palestino de 7 anos foi morto e seu irmão de 6 anos foi ferido por fogo israelense quando brincavam nas imediações do campo de refugiados de Rafah, no sul de Gaza, disseram seus parentes. O Exército nada comentou a respeito. O comando militar israelense disse que restringiria ainda mais a liberdade de trânsito dos palestinos, fechando totalmente a Cisjordânia e a Faixa de Gaza para evitar que militantes palestinos obstruam as eleições de terça-feira. As medidas entram em vigor a partir desta tarde e a área só voltará à normalidade na quarta-feira, um dia após o pleito. O ataque começou no final da noite do sábado e terminou na manhã de domingo. Após a retirada das tropas, cerca de 30.000 palestinos se uniram à procissão fúnebre dos 12 atiradores mortos no confronto - a maior cifra de vítimas fatais em Gaza em cinco meses. Entre eles, havia membros das forças de segurança e membros de várias milícias. "Os israelenses pagarão caro por cada gota de sangue derramada durante a noite", disse Abdel Aziz Rantisi, um líder do grupo militante Hamas. O Hamas e outras facções palestinas participam atualmente de conversações patrocinadas pelo Egito no Cairo, para pôr fim aos ataques contra civis israelenses, ao meno por um ano. Mas a probabilidade de que se chegue a um acordo é escassa. O grupos Hamas e Jihad Islâmica descartaram unir-se à trégua. O ataque foi a resposta ao lançamento de mísseis a partir de Gaza contra a cidade israelense de Sderot, na sexta-feira. Horas depois, as forças israelenses entraram no povoado de Beit Hanoum, no norte de Gaza, de onde partiu o ataque com mísseis.

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