15 de novembro de 2012 | 17h09
GOMA - Um confronto entre o Exército da República Democrática do Congo (antigo Zaire) e rebeldes de facção rebelde M23 deixou 44 pessoas mortas no leste do país, acabando com o cessar-fogo que já durava dois meses. A troca de tiros aconteceu na cidade de Rugari, que fica entre os domínios do M23 e dos militares, a 30 quilômetros de Goma, a capital da província, no leste do país e perto de Uganda.
Segundo uma testemunha, mais de 250 famílias fugiram da cidade e caminharam 15 quilômetros até o acampando de Kanyaruchinya, onde cerca de 60 mil pessoas já haviam buscado refúgio desde o começo do conflito em junho.
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Desde agosto, agentes da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos tem mantido negociações em Kampala, Uganda, para tentar encontrar soluções para o conflito. Houve um cessar-fogo durante a mediação, mas as tensões voltaram a subir nas últimas duas semanas quando as conversas pareciam ter chegado a um beco sem saída.
Na disputa desta quinta-feira, 15, cada parte culpa a outra por retomar as agressões. "O M23 nos atacou por volta das cinco horas desta manhã", disse o coronel Olivier Hamuli, indicando que a troca de tiros contra 700 rebeldes continuou até as 15 horas (horário local). Segundo o governador da província de Kivu do Norte, Julien Paluku, todos os mortos pertenciam à facção M23.
No entanto, os membros do M23 contam uma outra versão de como a disputa começou. No sábado, o porta-voz do braço político do grupo, Bertrand Bisimwa, acusou o exército de atacar rebeldes na cidade de Kitagoma, próxima a fronteira com Uganda. Fontes locais afirmam que os ataques em Kitagoma foram conduzidos por grupo aliado do M23 e de que os rebeldes estão apenas buscando uma desculpa para retomarem o conflito.
Com AP
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