Exército mata quatro camponeses durante protesto no oeste da Guatemala

Grupo é contra as reformas constitucionais e o valor tarifa do serviço privado de energia elétrica

PUBLICIDADE

Por Agência Efe
Atualização:

GUATEMALA - Pelo menos quatro camponeses morreram nesta quinta-feira, 4, e 41 pessoas ficaram feridas, entre elas sete soldados, em um confronto entre manifestantes e membros do Exército e da Polícia Nacional Civil (PNC) ocorrido em uma estrada no departamento de Sololá, no oeste da Guatemala. O vice-ministro de Saúde Pública guatemalteco, Vinicio Arévalo Veras, disse à imprensa local que deram entrada em hospitais "34 pessoas, 30 destas com ferimentos à bala".

 

PUBLICIDADE

Já o coronel Erick Escobedo, porta-voz do Ministério da Defesa, disse que "sete soldados foram feridos pelos moradores da área, que os agrediram com paus e pedras". Além disso, um caminhão militar foi incendiado pelos habitantes. Os quatro mortos foram identificados como indígenas da etnia Quiche, todos eles atingidos por tiros.

 

O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, contou aos jornalistas que o incidente, "que está por ser esclarecido", teria sido motivado por "civis" que viajavam em um caminhão e dispararam contra os manifestantes. Segundo o líder guatemalteco, dois veículos militares circulavam pela estrada Interamericana a fim de apoiar a PNC na retirada de manifestantes que bloqueavam estradas quando houve disparos contra os soldados a partir de outro caminhão.

 

Os soldados, assegurou Pérez Molina, não levavam armas de fogo, pelo que não poderiam ter atirado contra os manifestantes. "Estamos dispostos a fazer uma revisão completa dos soldados e dos policiais para deduzir as responsabilidades do que aconteceu", disse o líder. Enquanto ocorriam os incidentes, Pérez Molina estava reunido na Casa Presidencial com os líderes dos habitantes dos 48 cantões do departamento de Totonicapán, que desde as primeiras horas desta quinta-feira bloquearam várias estradas no oeste do país.

 

Os manifestantes rejeitam as reformas constitucionais promovidas por Pérez Molina, assim como a modificação do plano de estudos da carreira de professor, e exigem uma redução na tarifa do serviço de energia elétrica que é prestado por uma empresa privada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.