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Exigências da Odebrecht para acordo são 'impossíveis' de cumprir, diz presidente do Equador

Ministério Público equatoriano quer que empresa revele suposto esquema de propina

Atualização:

QUITO - O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste sábado, 18, que a construtora Odebrecht pede cláusulas "impossíveis" no acordo que busca firmar com o Ministério Público do país andino para revelar o esquema de pagamento de propinas a funcionários públicos e políticos equatorianos.

"A Odebrecht faz exigências impossíveis que, se o Brasil lhe concedeu, é uma vacilação do Estado brasileiro. Porque o que pede a Odebrecht é a garantia de que não terá nenhum julgamento civil nem penal, que não se vai revisar nenhum contrato anterior, que pode fazer licitações no país. São coisas realmente inadmissíveis", afirmou o presidente do Equador.

'Enquanto for presidente, a Odebrecht não pisa no Equador', diz Correa Foto: Rolando Enriquez/EFE

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Em sua reunião semanal de trabalho, o governante sublinhou que, de acordo com o marco constitucional do Equador não abarca as pretensões da construtora brasileira.

"A Odebrecht pede novos contratos. Enquanto eu for presidente, esta empresa não voltará a pisar no país, companheiros, nem um centavo a esta empresa", reafirmou, resguardando que cabe aos promotores e procuradores fazer as negociações com a construtora.

No entanto, ele disse que mencionou o caso neste sábado porque ficou sabendo que a oposição pretende, na próxima semana, divulgar uma lista supostamente originária nos Estados Unidos de envolvidos em supostos esquemas de propina da empresa no Equador.

O país andino vive clima de guerra eleitoral, com o candidato governista, Lenín Moreno, enfrentando a aliança de centro-direita de Guillermo Lasso. Ambos trocam acusações de corrupção e lançam mão de uma campanha "suja" mútua.

Os promotores do Equador negociam desde o começo de março um acordo com a Odebrecht. A empreiteira brasileira, expulsa do país em janeiro, admitiu à Justiça americana ter pago US$ 33,5 milhões em propinas entre 2007 e 2016 a funcionários públicos e políticos. / EFE

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