
21 de março de 2010 | 11h39
Em conversa com jornalistas na noite de sábado, em Cancún, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, chefe da delegação brasileira no BID, afirmou que seis dessas condições já estão inclusive atendidas e que cinco poderiam ser negociadas sem muitos problemas. No entanto, duas das 13 condições e um subitem presente em uma delas alimentaram o debate do sábado.
Uma delas é que para os países que ainda não têm um acordo de metas macroeconômicas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o economista-chefe do BID estabeleça essas metas e o país seja obrigado a cumpri-las para obter empréstimos, relatou Bernardo. O ministro argumenta que esse não é o papel do BID, banco destinado principalmente a projetos de fomento.
Outro ponto polêmico das exigências norte-americanas é levar para o âmbito do BID a chamada "emenda Pelosi", que leva o sobrenome da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi. A emenda determina que todos os representantes de Washington em instituições multilaterais votem contra projetos que não cumpram determinadas exigências ambientais. "Esse é um problema interno dos Estados Unidos.
A proposta deles é incluir isso no regimento do BID. Não há motivo", defendeu Bernardo.
Os EUA exigem ainda a criação de comitês com autonomia para vetar projetos antes de sua votação pela direção do BID, o que na opinião de Bernardo "transformaria o comitê numa instância mais importante que o conselho".
Paulo Bernardo diz que se reuniu com a delegação norte-americana no BID e percebeu uma postura mais flexível do que a esperada. Segundo ele, um grupo de representantes deveria passar a madrugada negociando para que uma proposta de acordo fosse apresentada neste domingo. Sem isso, afirma Bernardo, corre-se o risco de chegar a segunda-feira e não haver uma posição de consenso para a votação final, prevista para a manhã de terça-feira.
Encontrou algum erro? Entre em contato