Expansão da Otan e Kosovo ajudam a entender a crise

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Por AP
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Após a dissolução da União Soviética, em 1991, várias repúblicas, antes dominadas por Moscou, se declararam independentes. A Ossétia do Sul e a Abkházia, cuja população georgiana é minoritária, viram na lógica desses movimentos autonomistas a chance de também se libertarem de Tblisi. Assim, no início dos anos 90, ossétios e abkházios travaram uma guerra contra a Geórgia, conquistando uma independência que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional. O conflito permaneceu "congelado" por mais de uma década até a independência de Kosovo, província rebelde que se desmembrou da Sérvia com o apoio dos EUA e da Europa. O precedente deu novo impulso ao separatismo do Cáucaso. Em jogo também está a intenção da Geórgia de entrar para a Otan, a aliança militar ocidental, à qual Moscou se opõe com firmeza. O conflito dificulta a entrada da Geórgia na organização, já que implicaria o envolvimento de europeus e dos EUA com uma nação em conflito com a Rússia. A crise tem ainda uma dimensão geopolítica: a Geórgia é rota de passagem de gás e petróleo do Azerbaijão e dos países da Ásia Central para a Turquia e Europa, o que diminuiria a dependência de recursos energéticos que os europeus têm da Rússia.

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