Explosão atinge gasoduto que liga Egito a Jordânia e Israel

Egito tem um acordo para exportar gás natural por 20 anos para Israel, o qual é muito criticado entre os egípcios, que acusam o governo de ter oferecido gás a preços muito baixos

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CAIRO - Sabotadores explodiram na noite de quinta-feira, 10, um gasoduto na península egípcia do Sinai que interliga Egito, Israel e Jordânia, usando bombas detonadas por controle remoto, o que forçou o seu fechamento, informaram fontes do setor de segurança do Egito. A primeira explosão ocorreu perto da área de Mazar, 30 quilômetros a oeste da cidade de Al-Arish, segundo testemunhas e fontes da segurança. Esse foi o sexto ataque ao gasoduto desde o início do levante que derrubou o presidente egípcio Hosni Mubarak, em fevereiro. Testemunhas disseram que houve uma segunda explosão, de menor escala, perto de uma estação de bombeamento a oeste de Al-Arish, segundo a agência estatal de notícias Mena. Não ficou claro se houve danos. Essa é a segunda vez que o gasoduto é atacado desde a retomada do bombeamento em 24 de outubro. "Exames preliminares mostraram que explosivos improvisados foram colocados sob o gasoduto e detonados a distância", disse à Reuters uma fonte do setor de segurança. "Os atacantes usaram dois caminhões. Fios compridos foram encontrados perto do local", acrescentou ele. Moradores de Al-Arish disseram à Reuters ter visto chamas na área da explosão. De acordo com a Mena, testemunhas afirmaram que as forças de segurança e bombeiros tinham conseguido controlar o fogo. O Egito tem um acordo para exportar gás natural por 20 anos para Israel, o qual é muito criticado entre os egípcios, que acusam o governo de ter oferecido gás a Israel a preços muito baixos. No mês passado, o Egito dobrou o preço do gás exportado para a Jordânia. Este mês o governo egípcio disse que vai reforçar a segurança ao longo do gasoduto, instalando alarmes e deslocando patrulhas de segurança formadas por membros das tribos beduínas que habitam o Sinai. As explosões anteriores provocaram o fechamento por várias semanas do gasoduto, administrado pela Gasco, a estatal egípcia de transporte de gás -- subsidiária da companhia nacional de gás, a Egas.

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