Explosão de carro-bomba deixa ao menos 34 mortos e 125 feridos na Turquia

Atentado ocorreu próximo a um ponto de ônibus e ao prédio do Parlamento. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria da ação

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ANCARA - A explosão de um carro-bomba matou neste domingo, 13, pelo menos 34 pessoas e deixou outras 125 feridas em Ancara, capital da Turquia. Até o início da madrugada, nenhum grupo terrorista havia reivindicado a ação, mas o governo turco suspeita que o Estado Islâmico ou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) estejam por trás do ataque.

O atentado ocorreu às 16h35 locais (11h35 em Brasília), no Parque Guven, na Avenida Ataturk, perto de uma delegacia, de um ponto de ônibus e do prédio do Parlamento turco. Tiros também foram ouvidos após a explosão. Em seguida, uma nuvem de fumaça subiu e pôde ser vista a 2,5 km de distância, segundo testemunhas. 

Forças de segurança e médicos trabalham na área onde um carro-bomba explodiu em Ancara, Turquia Foto: AP Photo

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De acordo com um alto funcionário do governo turco, o ataque poderia ser obra do grupo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), que recentemente ameaçou atacar alvos turísticos. O TAK é uma facção dissidente do PKK, que desde 1984 mantém uma insurreição armada no país.

A mesma fonte afirmou que uma BMW teria sido usada no atentado. O carro teria vindo de Viransehir, cidade ao sul do território turco, onde atuam o TAK e o PKK. 

No entanto, o Partido Democrático dos Povos (HDP), ligado à causa curda, emitiu um comunicado em que condena o ataque e se diz solidário com a “grande dor sentida pelos cidadãos”.

Esta é a segunda vez em menos de um mês que Ancara é atingida por uma explosão de grande escala – no mês passado, 29 pessoas morreram em um atentado orquestrado pelo PKK na capital turca. 

O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, convocou uma reunião de emergência logo depois do ataque e disse que a explosão do carro-bomba teve como alvo a população civil.

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Testemunhas. Dogan Asik, de 28 anos, disse que estava em um ônibus quando ouviu o barulho. “Fomos lançados para o fundo do ônibus com a força da explosão”, afirmou o jovem, que ficou com ferimentos no rosto e nos braços.

Membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Turquia enfrenta múltiplas ameaças à sua segurança. O país participa da coalizão liderada pelos Estados Unidos que luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico, na Síria e no Iraque, e ainda enfrenta os militantes do PKK no sul do país, onde um cessar-fogo de mais de dois anos terminou em julho.

A Turquia está há vários meses em alerta máximo depois de uma série de atentados mortais, entre eles quatro ataques atribuídos pelas autoridades ao Estado Islâmico. 

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Para os turcos, essas agitações estariam ligadas aos eventos no norte da Síria, onde a milícia Unidades de Proteção do Povo Curdo tem obtido o controle de território sírio enquanto combate o Estado Islâmico e os rebeldes que lutam contra o presidente Bashar Assad. 

Proibição. Um tribunal de Ancara decidiu neste domingo banir o acesso ao Facebook e ao Twitter depois que imagens da explosão do carro-bomba na capital foram compartilhadas em ambas as redes sociais. De acordo com meios de comunicação da Turquia, vários usuários da região relataram dificuldades para acessar as páginas do Facebook e do Twitter imediatamente depois da decisão judicial. /REUTERS, EFE e ASSOCIATED PRESS

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