PUBLICIDADE

Explosão e emboscada deixam 27 mortos no Afeganistão

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma bomba-relógio escondida em uma carroça de maçãs e uma emboscada causaram a morte de 27 pessoas no sul do Afeganistão, informaram policiais e outras autoridades locais nesta quarta-feira (07). Na província de Helmand, pistoleiros não identificados pararam dois carros em uma avenida e abriram fogo contra seus ocupantes, matando 12 homens, disseram funcionários do governo local. Hoje, a morte de mais duas crianças durante a madrugada elevou para 15 o número de mortos em uma explosão ocorrida ontem em Kandahar. Mais de dois anos depois da queda do regime fundamentalista islâmico do Taleban, a persistente violência demonstra o fracasso do governo central afegão e de seus colaboradores internacionais para devolver a paz, a segurança e a estabilidade ao Afeganistão depois de mais de duas décadas de sucessivas guerras. Ainda não se sabe ao certo quem promoveu a emboscada em Helmand. Mohammed Wali Alizai, governador da província, disse à The Associated Press que todas as vítimas pertenciam à etnia hazara e sugeriu que os autores dos disparos foram motivados pela tensão étnica. A região é majoritariamente habitada por membros da etnia pashtun. A bomba detonada ontem em Kandahar estava escondida em uma carroça de maçãs, e não em uma bicicleta, como se acreditava inicialmente, disse Salim Khan, subcomandante da polícia local. A explosão foi precedida por um estrondo menor, que atraiu uma multidão de curiosos, crianças em sua maioria. "Era uma bomba-relógio escondida sob as maçãs", disse Khan nesta quarta-feira. Ele informou ainda que mais duas crianças morreram durante a madrugada, elevando o saldo de mortes para 13 crianças e dois adultos. Trinta e seis pessoas ficaram feridas. Autoridades afegãs e militares americanos disseram suspeitar que o Taleban estejam por trás da explosão de ontem em Kandahar, um histórico bastião da milícia fundamentalista islâmica. A explosão ocorreu em uma avenida usada com freqüência por soldados americanos. Um homem detido ontem quando fugia do local não disse nenhuma palavra durante interrogatórios, nem mesmo seu nome, revelou Khan. Ainda não se sabe ao certo qual era o alvo da explosão. Especula-se que poderiam ser civis, soldados americanos, policiais de uma delegacia a cem metros do local da explosão e até mesmo uma comitiva motorizada que levava o governador de Kandahar, Yusuf Pashtun, e que deveria passar pela avenida perto da hora do atentado. A explosão ofuscou as comemorações da nova constituição afegã, ratificada no domingo. Tiroteios, seqüestros e explosões transformaram-se em ocorrências comuns no sul do Afeganistão durante os últimos meses. O Taleban assumiu a responsabilidade por algumas dessas ações. A violência ameaça prejudicar o cumprimento do cronograma para a realização de eleições nacionais, previstas para julho, e retardou os esforços de reconstrução em uma ampla na área na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Ontem, um afegão contratado por uma empresa americana foi libertado por seus seqüestradores. Ele foi capturado na segunda-feira por supostos seguidadores do Taleban. O seqüestro ocorreu quando ele percorria um trecho da rodovia Cabul-Kandahar na província de Zabul. Ele foi libertado depois de convencer seus captores que não passava de um pobre motorista. Ele caminhou durante quatro horas até chegar a uma estrada e conseguiu uma carona, relatou o agente humanitário Vilal Ahmad.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.