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Explosão em mesquita de Bagdá deixou ao menos 13 mortos

O ataque abala a frágil sensação de calma que se instalou em Bagdá após o início de uma operação especial de segurança na cidade

Por Agencia Estado
Atualização:

Um homem aparentemente levando consigo um sapato-bomba provocou uma explosão no interior de uma das mais importantes mesquitas xiitas de Bagdá durante as orações desta sexta-feira. Pelo menos 13 pessoas morreram e 28 ficaram feridas no atentado. O ataque abalou uma frágil sensação de calma que se instalou em meio a uma operação de repressão na capital. O imã da mesquita de Buratha, Jalal Eddin al-Saheer, acusou o grupo extremista Al-Qaeda no Iraque pelo ataque. De acordo com ele, um militante suicida com explosivos escondidos nos sapatos foi o responsável pelo atentado de hoje. "Os guardas encontraram dois pares de sapatos cheios de explosivos que os levou a revistar os fiéis. A explosão ocorreu quando eles se aproximaram daquele que seria o militante suicida", declarou. Trata-se do segundo atentado contra Buratha em dois meses. Em 7 de abril, quatro militantes suicidas provocaram a morte de pelo menos 85 pessoas na mesquita. Em outro episódio de violência ocorrido numa área comercial ao norte de Bagdá, um salvo de morteiros deixou dois mortos e 16 feridos, informou a polícia local. Votação Em Washington, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, descartou hoje a possibilidade de fixação de uma data para a retirada das tropas americanas do Iraque. A decisão, adotada após dois dias de acalorado debate, foi classificada de "farsa eleitoreira" pela minoria democrata. Ela contraria a vontade da maior parte dos americanos, manifestada numa pesquisa de opinião divulgada pela rede de televisão CNN. De acordo com o estudo, 53% dos americanos desejam a fixação de um cronograma, enquanto 47% gostariam que os soldados fossem repatriados em um ano ou menos. A resolução foi proposta pelos republicanos. Com os olhos voltados para as eleições de novembro que deverão renovar parte do Congresso, eles tinham em mente um propósito: levar os deputados democratas a definir suas posições diante da guerra. No dia anterior, uma pesquisa feita pelo jornal USA Today indicava que se as eleições ocorrerem hoje os republicanos perderiam para os democratas por uma diferença de 12 pontos porcentuais: 5l% a 39%. Com essa manobra estratégica, os republicanos mostraram a coesão de sua bancada sobre a questão. Isso diante da divisão que o tema provoca na bancada democrata, entre partidários e contrários à retirada do Iraque. Essa fratura ficou exposta no resultado da votação: 256 votaram a favor da resolução e 153, contra. Esses números revelaram que 42 deputados democratas ignoraram o pedido da líder Nancy Pelosi para votar contra a iniciativa republicana. Basicamente, o texto aprovado diz que "não é conveniente à segurança nacional fixar uma data arbitrária para o retorno das tropas dos Estados Unidos deslocadas para o Iraque". O documento elogia o papel das forças americanas em ação no país árabe; cumprimenta o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, e os iraquianos pela "grande coragem" demonstrada ao participar das eleições de 2005; e, por fim, afirma que os Estados Unidos vencerão a luta global contra o terror. No dia anterior, o Senado, também controlado pelos republicanos, rejeitara por maioria esmagadora de 93 votos a 6 uma proposta de retirada das tropas. Ainda nesta sexta-feira, o Exército dos EUA confirmou a conclusão de sua investigação inicial sobre o massacre de 24 civis atribuído a fuzileiros navais americanos na cidade iraquiana de Haditha. O resultado do inquérito ainda não foi revelado. As conclusões foram enviadas ao general Peter Chiarelli, número dois da força multinacional no Iraque. O massacre ocorreu em novembro do ano passado.

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