Explosão em oleoduto nigeriano mata mais de 260

Vítimas coletavam combustível de perfuração aberta no oleoduto por ladrões

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Por Agencia Estado
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Centenas de pessoas morreram queimadas nesta terça-feira, quando o combustível de um oleoduto que havia sido alvo de vandalismo explodiu na maior cidade da Nigéria, Lagos, informaram as equipes de emergência. Grupos de moradores estavam coletando combustível em recipientes de plástico, no local em que ladrões perfuraram o oleoduto durante a noite para encher um caminhão-tanque, contaram testemunhas. "O número de mortes está confirmado em 269. Nós resgatamos todos os corpos", disse Abiodun Orebiyi, secretário-geral da Cruz Vermelha nigeriana, acrescentando que 160 pessoas foram levadas a hospitais com queimaduras graves. Horas antes, o número de mortes havia sido estimado em cerca de 500. Pouco após a explosão, centenas de corpos, a maioria queimados demais para ser reconhecidos, espalhavam-se pelo chão no populoso bairro de Abule Egba. Alguns dos cadáveres estavam rígidos, com os braços e as pernas para cima, como se tentassem fugir. A pele e as roupas haviam sido totalmente queimadas. Um grupo de mulheres acompanhava os trabalhos sentadas num banco e chorando. "Um amigo bateu em nossa porta e disse ao meu marido que as pessoas estavam pegando combustível. Meu marido correu para lá com dois baldes e agora ele se foi. Isso é uma maldição enviada por Deus", disse uma mulher, que se identificou como Ole. Uma explosão semelhante, num oleoduto também alvo de vandalismo, em outra região de Lagos, matou cerca de 200 pessoas em maio. O vandalismo contra oleodutos e o roubo de combustível são comuns na Nigéria, o oitavo maior exportador de petróleo do mundo, mas em que grande parte da população vive na miséria. Especialistas estimam que cerca de 5% da produção de petróleo bruto do país seja roubada, para depois ser exportada por grandes grupos que mantêm contato com os militares e com o governo. Mas o furto em pequena escala de gasolina ou diesel, para uso particular ou para venda à beira das estradas, é muito mais perigoso. Atualizada às 18h14, com o número oficial de mortos

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