Explosão em ônibus no Paquistão deixa ao menos 13 mortos

Entre as vítimas estão nove chineses que trabalhavam na construção da represa de Dasu

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Por Redação
Atualização:

PEXAUAR - Treze pessoas, incluindo nove cidadãos chineses, morreram nesta quarta-feira, 14, em uma explosão em um ônibus que acabou caindo por um barranco, no noroeste do Paquistão, informou a polícia e fontes oficiais. O acontecimento foi classificado como um "ataque" por autoridades da China.

“A explosão colocou fogo no motor, fez com que o veículo caísse em um barranco, e 13 pessoas morressem, nove delas chinesas”, relatou uma autoridade local à AFP. 

Ao menos nove trabalhadores chineses morreram após explosão em ônibus no Paquistão. Foto: EFE/EPA/RESCUE

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As mesmas fontes disseram que outros 28 chineses ficaram feridos. De acordo com a polícia, a origem da “forte explosão” ainda é desconhecida.

O veículo transportava engenheiros, topógrafos e equipes de chineses que faziama manutenção mecânica na construção da represa de Dasu, na província de Jaiber Pastunjua.

Uma fonte da polícia local, que pediu para não ser identificada, confirmou a ocorrência, causada por “uma forte explosão cuja natureza é desconhecida”. 

A China condenou o incidente e apelou ao Paquistão para punir severamente os culpados.

“O projeto de uma empresa chinesa no Paquistão sofreu um ataque, matando cidadãos chineses”, declarou a embaixada chinesa no Paquistão em um comunicado nesta quarta. 

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A embaixada também pediu às empresas chinesas no país que reforcem suas medidas de segurança.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, pediu às autoridades paquistanesas que “punam severamente” os responsáveis pela explosão e “protejam com seriedade os cidadãos e as organizações chinesas” no país. 

Ressentimento contra a China

A segurança dos trabalhadores chineses nos diferentes projetos de infraestrutura no Paquistão é, há tempos, motivo de preocupação para Pequim, que investiu bilhões de dólares neste país nos últimos anos.

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Em abril, um atentado teve como alvo o hotel onde estava hospedado o embaixador chinês, no sudoeste do Paquistão. Pelo menos quatro pessoas morreram, e dezenas ficaram feridas na ação reivindicada pelo Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), os Taliban paquistaneses. 

Os projetos financiados pela China criam frequentemente fortes ressentimentos no Paquistão, especialmente entre os grupos separatistas, que acreditam que a população local em nada se beneficia deles, uma vez que a maior parte da força de trabalho é chinesa.

Em maio de 2019, um ataque a um hotel de luxo perto do porto sudoeste de Gwadar, estratégico para o megaprojecto de infraestruturas do Corredor Econômico do Paquistão (CPEC) na China, matou oito pessoas. 

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Seis meses antes, um atentado bombista suicida no consulado chinês em Carachi, a maior cidade e capital financeira do Paquistão, matou pelo menos quatro pessoas. 

Em junho de 2020, a bolsa de Carachi, onde muitas empresas chinesas estão presentes, foi atacada e pelo menos quatro pessoas foram mortas.

Estes ataques foram reivindicados pelo Exército de Libertação do Balochistão (BLA).

Por volta de 2010, o TTP também realizou vários ataques nas principais cidades paquistanesas a partir da sua fortaleza nas áreas tribais, onde abrigou grupos jihadistas, incluindo a Al-Qaeda.

Mas uma importante operação militar lançada em 2014 levou à destruição da estrutura de comando do TTP, trazendo uma melhoria das condições de segurança em todo o país.

No entanto, há relatos de um reagrupamento dos Taliban paquistaneses nos últimos meses na fronteira com o Afeganistão, de onde frequentemente alegam confrontos com as forças armadas paquistanesas./ AFP

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