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Explosão mata 135 em Bagdá e premier culpa saddamistas

Para Maliki, ´os iraquianos foram afetados hoje por esse crime. Os saddamistas (partidários de Saddam) e takfiristas (militantes sunitas) cometeram outro crime´

Por Agencia Estado
Atualização:

Um terrorista suicida matou 135 pessoas neste sábado, 3, em Bagdá, após entrar em um mercado xiita com um caminhão carregado com uma tonelada de explosivos. A polícia informou que há mais de 300 feridos. A explosão, que o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, atribuiu a partidários de Saddam Hussein e a outros militantes sunitas, despedaçou barracas e destruiu as fachadas das lojas. Três carros-bomba protagonizaram um atentado no mesmo mercado em dezembro, matando 51 pessoas. "Foi uma cena terrível. Muitas lojas e casas foram destruídas", disse Jassem, 42 anos, que saiu correndo de sua casa, que fica perto dali, para ajudar a tirar as pessoas dos escombros depois de ter ouvido a ensurdecedora explosão. O incidente acontece no momento em que soldados dos EUA e do Iraque preparam uma ofensiva tida como o último esforço para estancar o derramamento de sangue no cada vez mais grave conflito sectário que ocorre no país. Maliki prometeu em janeiro uma ação enérgica na capital contra insurgentes que vêm desafiando tentativas de seu governo de assumir o controle da segurança, mas o plano ainda não foi iniciado. Um relatório da inteligência dos EUA afirmou na sexta-feira que a escalada da violência entre a minoria de árabes sunitas e a politicamente dominante maioria xiita atingiu a definição de guerra civil. "Todos os iraquianos foram afetados hoje por esse crime", disse Maliki em um comunicado. "Os saddamistas (partidários de Saddam) e takfiristas (militantes sunitas) cometeram outro crime." Uma importante autoridade do Ministério do Interior, General Jihad al-Jaberi, disse à TV estatal que o caminhão havia sido carregado com uma tonelada de explosivos. Os feridos lotaram os hospitais da capital. Houve cenas caóticas no hospital Ibn al-Nafis, em Karrada, onde os corredores ficaram lotados de feridos em macas e parentes e amigos gritavam por ajuda. Trabalhadores de emergência puxavam corpos dos destroços e os empilhavam em caminhonetes, conforme testemunhou a reportagem da Reuters no local. A explosão, que deixou uma grande cratera na rua, ocorreu horas depois de o clérigo iraquiano e líder xiita, grande aiatolá Ali al-Sistani, ter renovado um apelo aos iraquianos para evitar a violência. "A nação islâmica está atravessando condições difíceis e enfrentando tremendos desafios que ameaçam seu futuro", afirmou em um documento religioso. "Todo mundo sabe da necessidade de permanecermos unidos e rejeitar a tensão sectária para evitar que se incitem as diferenças sectárias."

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