Explosão nas Filipinas mata pelo menos 21 pessoas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma poderosa bomba escondida numa mochila explodiu nesta terça-feira num aeroporto no sul das Filipinas, matando pelo menos 21 pessoas e ferindo 148, informaram autoridades. O governo classificou o atentado como um "despudorado ato de terrorismo". Muitos dos feridos estão em sérias condições, e autoridades temem que ainda haja mais mortos. O vice-comandante da Polícia Nacional, Edgar Aglipay, que estava em Davao no momento do atentado, disse que a explosão foi causada por uma bomba escondida numa mochila. Ninguém assumiu a responsabilidade pela explosão, ocorrida no aeroporto de Davao, na ilha Mindanao. Mas o Exército acusou rebeldes islâmicos da Frente Moro de Libertação Nacional pelo ataque. O grupo, por sua vez, negou a autoria do atentado. A presidente Gloria Macapal Arroyo, que convidou tropas dos EUA para ajudar a treinar soldados filipinos em contra-terrorismo, disse que "vários homens" foram detidos em razão da explosão. Ela determinou a polícia e os militares a "caçar os atacantes e seus cúmplices". A porta-voz da defesa civil de Davao, Susan Madrid, informou que a explosão ocorreu às 17h20 (horário local), quando muitas pessoas esperavam a chegada de um avião. "Foi uma tremenda explosão", disse Terry Labado, um funcionário do aeroporto. "Vi corpos voando". Um agente de segurança do aeroporto, que pediu para não ser identificado, relatou que a bomba sacudiu o saguão do terminal, destruindo vidraças e causando muitos danos. "Aconteceu poucos minutos depois de chegar um vôo da Cebu Pacific e as pessoas estavam concentradas na área de espera. Muitas pessoas morreram. Vi seis pessoas mortas no local", acrescentou. A porta-voz da defesa civil também informou que 19 pessoas morreram e 147 ficaram feridas, entre elas dois americanos - Barbara Stevens, 33 anos, e seu filho de nove meses, Nathan. Outro americano, identificado como William Hyde, morreu na mesa de operação no Centro Médico de Davao, disse o médico Manuel Tan. A Embaixada dos EUA confirmou a morte de um americano, mas não deu detalhes. Barbara disse numa entrevista por telefone que a família dela, missionários batistas que vivem nas Filipinas há cinco anos, tinha acabado de chegar de Manila quando a bomba explodiu. Segundo ela, Hyde havia ido buscá-los no aeroporto de Davao. A presidente Arroyo convocou uma reunião de emergência do comitê de segurança interna de seu gabinete. Ele emitiu um comunicado considerando a explosão "um despudorado ato de terrorismo que não pode ficar impune". Num incidente separado hoje, uma explosão a cerca de 30 km ao norte de Davao deixou três pessoas feridas, afirmou o porta-voz militar tenente-coronel Daniel Lucero. Ele também culpou a Frente Moro pelo atentado. Os rebeldes lutam há três décadas por um Estado islâmico independente no empobrecido sul das Filipinas. Apesar de um frágil cessar-fogo decretado em 1997, confrontos ocasionais têm ocorrido. No mês passado, forças do governo capturaram um grande bastião da Frente Moro em Mindanao. Os rebeldes responderam com uma série de ataques e invasões de vilas que deixaram dezenas de pessoas mortas nas últimas duas semanas. Tropa americanas nas Filipinas Arroyo aprovou um acordo de paz com a Frente Moro, mas os rebeldes afirmam que não irão negociar até que as tropas do governo se retirem das áreas capturadas. No ano passado, cerca de 1.200 tropas americanas desembarcaram nas Filipinas para "treinar, assessorar e assistir" forças filipinas combatendo outro violento grupo muçulmano, o Abu Sayyaf, na ilha vizinha de Basilan. No mês passado, oficiais de defesa dos EUA anunciaram ter chegado a um acordo para o envio de mais de mil tropas dos EUA para ajudarem a erradicar forças do Abu Sayyaf da ilha de Jolo. A ofensiva foi suspensa depois que oficiais do Pentágono descreveram a ação como "operações conjuntas" que poderiam jogar os soldados americanos em combate. Manila tem dito repetidamente que não haveria papel de combate para as tropas dos EUA, e que elas viriam apenas para exercícios de treinamento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.