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Explosão nuclear não emitiu radioatividade, diz Japão

"Não há a menor mudança na quantidade de radiação existente no ar", afirma ministro Bummei Inuki

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro Shinzo Abe pediu calma diante da preocupação no Japão com uma possível incidência de radioatividade supostamente emitida pelo teste subterrâneo nuclear realizado pela Coréia do Norte. A hipótese já foi descartada por especialistas. O Japão é o único país no mundo que sofreu a ação de armas atômicas contra populações civis, em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Abe disse nesta terça-feira que acredita numa rápida adoção de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a Coréia do Norte, em resposta ao seu teste nuclear. Abe explicou em reunião de seu gabinete que o Japão cooperará com a comunidade internacional para obter uma pronta resposta do Conselho de Segurança da ONU. Segundo o ministro de Educação, Cultura, Esportes, Tecnologia e Ciência, Bummei Inuki, "não há a menor mudança na quantidade de radiação existente no ar". Ele disse que as análises atmosféricas em todo o Japão deram resultados negativos. A Agência de Defesa japonesa enviou vários aviões T-4 para medir os níveis de radiação sobre o Mar do Japão, que separa o país da península coreana. As aeronaves também vão recolher amostras de pó em suspensão a grandes altitudes. O diretor-geral da Agência, Fumio Kyuma, afirmou que as amostras não apresentam níveis de radioatividade fora do normal. Mas destacou que, por ter sido um teste nuclear subterrâneo, seria muito estranha uma fuga de radioatividade. O ministro de Relações Exteriores, Taro Aso, explicou em outra entrevista coletiva que o Japão pode considerar a imposição de suas próprias sanções econômicas, quando tiver a confirmação de que a Coréia do Norte realmente fez um teste nuclear. Apesar dos testemunhos da Coréia do Sul e da China, o governo japonês, da mesma forma que o dos Estados Unidos, prefere recorrer a seus próprios testes. Com isso, também ganha tempo para abrir um eventual canal de diálogo com a Coréia do Norte. "É melhor para o Japão não se adiantar aos eventos sem provas confiáveis", disse Aso. Horas antes, no entanto, o ministro das Finanças japonês, Koji Omi, havia dito que o Japão considera a adoção de mais sanções financeiras. "Dados os últimos eventos, vamos examinar a possível expansão das sanções e a adoção de medidas adicionais, sempre pensando na cooperação internacional", disse Omi em entrevista coletiva, sem especificar quais seriam as novas sanções. O Japão já impôs algumas sanções financeiras quando a Coréia do Norte lançou uma série de mísseis balísticos em sua costa oriental, em julho.

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