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Explosões de carros-bomba matam 26 no Paquistão

Atentados, lançados em cidades da fronteira com o Afeganistão, elevam tensão na região, onde o Exército luta contra a Al-Qaeda e o Taleban

Por AP , AFP e REUTERS
Atualização:

A explosão de dois carros-bomba matou ontem 26 pessoas e deixou centenas de feridos cidades paquistanesas próximas da fronteira com o Afeganistão. Os ataques aumentaram ainda mais a tensão na região, que vive uma onda de atentados desde julho de 2007 e onde o Exército paquistanês luta para combater extremistas islâmicos da rede Al-Qaeda e do deposto movimento Taleban. A escalada da violência contribui para a desestabilização do Paquistão, cujo governo está sendo acusado pela vizinha Índia de participação nos atentados coordenados da semana passada em Mumbai, que deixaram 163 mortos, segundo números oficiais divulgados ontem. Investigações do governo indiano indicam que os terroristas que lançaram os ataques foram treinados em bases de grupos islâmicos no Paquistão, com o apoio do serviço de inteligência paquistanês. Os ataques de ontem tiveram como alvo dois mercados, que estavam cheios por causa da proximidade da festa muçulmana de Eid al-Adha. Conhecida como a "festa do sacrifício", a data que marca o fim da peregrinação a Meca será celebrada na terça-feira. Um dos carros-bomba explodiu no centro de Peshawar, cidade de 2,5 milhões de habitantes próxima às áreas tribais da fronteira com o Afeganistão. Pelo menos 20 pessoas morreram no ataque e mais de 70 ficaram feridas, segundo a polícia. A explosão destruiu várias lojas e automóveis e danificou seriamente uma mesquita e um hotel. Poucas horas antes, a explosão de outro carro-bomba deixou seis mortos em um mercado em Orakzai, que fica numa área tribal semi-autônoma, dominada pela comunidade xiita. Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados, mas o chefe do governo provincial, Haider Khan Hoti, atribuiu a responsabilidade a "forças externas", aparentemente referindo-se à Índia. ÍNDIA O ministro do Interior indiano, Palaniappan Chidambaram, admitiu ontem que houve "lapsos" na resposta do governo aos ataques coordenados em Mumbai. O governo enfrenta duras críticas pelas falhas da inteligência, que não previu os atentados, e pela ação da polícia, que contava com homens mal armados e demorou para chegar aos locais atacados. O ministro prometeu identificar e corrigir as falhas. "Estamos analisando onde ocorreram os lapsos e vamos eliminar suas causas", disse Chidambaram, que assumiu o Ministério do Interior no domingo, após a renúncia de seu antecessor. Questionado sobre o envolvimento da agência de inteligência paquistanesa, a ISI, Chidambaram preferiu não responder diretamente. "Existem evidências mostrando uma clara ligação de organizações que, no passado, estiveram por trás de ataques terroristas na Índia."

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