
30 de março de 2012 | 03h01
A ausência de metade dos líderes árabes esvaziou a cúpula. Países sunitas, preocupados com a proximidade entre Bagdá e Teerã, enviaram representantes de segundo escalão: Arábia Saudita, Catar, os países do Golfo Pérsico, Jordânia e Marrocos.
O único monarca do Golfo que compareceu foi o emir do Kuwait, Sabah al-Ahmad al-Sabah. Foi a primeira visita de um representante do alto escalão do governo kuwaitiano ao Iraque desde a Guerra do Golfo, em 1990, quando Saddam Hussein invadiu e anexou o emirado vizinho.
A razão do boicote à cúpula é a desconfiança dos líderes sunitas com o governo iraquiano, liderado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki, que é predominantemente xiita e muito próximo do Irã. Segundo o primeiro-ministro do Catar, Hamad bin Khalifa al-Thani, as ausências foram um protesto pelo que ele considera a "marginalização da minoria sunita no Iraque".
A cúpula durou cinco horas e terminou com um pedido para que a Síria coloque em prática a proposta de paz de Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU. O plano exige um cessar-fogo, a interrupção imediata do uso de tropas e de armamento pesado em áreas urbanas e a abertura de um corredor humanitário.
Na declaração final, os líderes árabes disseram apoiar as "aspirações legítimas do povo sírio por democracia e liberdade". A Liga pediu ainda o início de um diálogo político na Síria, a unificação da oposição e considerou o massacre cometido pelas forças sírias no bairro de Baba Amr, em Homs, como "crime contra a humanidade". / AP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.