Extradição de Mladic para Holanda vai levar até 7 dias

Ex-comandante ser´interrogado por um juiz e tribunal sérvio decidirá sobre extradição

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Por AE
Atualização:

BELGRADO

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 - Autoridades sérvias disseram nesta quinta-feira, 26, que pode levar até sete dias para que Ratko Mladic seja extraditado para Haia, na Holanda, sede do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia, onde ele deverá ser julgado.

 

Veja também:link Mladic, o homem mais procurado na Europa por crimes de guerra, é presolink Perfil: Ratko Mladic, o responsável pelo massacre de Srebrenica

O porta-voz do governo sérvio, Slobodan Homen, disse que Mladic será entregue às autoridades internacionais de acordo com as leis sérvias que regulam a cooperação com o TPI. Homen disse que primeiro Mladic será interrogado por um juiz, que também vai lhe entregar a acusação. O passo seguinte será o tribunal decidir se há fundamentos suficientes para a extradição, da qual Mladic pode apelar.Quando o processo de apelação chegar ao fim, o Ministério da Justiça da Sérvia tomará a decisão final sobre se vai mandar o ex-general do Exército para ser julgado, após quase 16 anos foragido. Ele é acusado por genocídio, no episódio da morte de oito mil muçulmanos bósnios em Srebrenica e também por outros crimes de guerra cometidos durante a Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.

 

Goran Hadzic

 

A Anistia Internacional (AI) expressou nesta sua satisfação pela detenção do ex-general sérvio-bósnio Ratko Mladic, mas pediu às autoridades de Belgrado a prisão de Goran Hadzic, outro ex-general acusado de crimes de guerra durante o conflito dos Bálcãs na década de 90.

 

"Demorou mais de 15 anos, mas finalmente as pessoas que sofreram têm a esperança de que responderá diante dos tribunais", declarou Widney Brown, diretora de Lei Internacional de Anistia.

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O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), em Haia, acusou em 2004 Hadzic de crimes de guerra e contra a humanidade, pela expulsão da população croata de Krajina, assassinatos, perseguições, torturas e tratamento desumano de 1991 a 1993, durante a guerra croata.

 

Goran Hadzic acredita-se está em liberdade na Sérvia ou na Bósnia-Herzegovina.

 

A plena cooperação da Sérvia com o TPII, que significa a captura e entrega de Hadzic e Mladic, é uma das condições para uma futura entrada desse país na União Europeia.

 

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