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Extremistas prometem atacar governo que reconhecer Israel

Entre as facções que ameaçam se voltar contra o governo caso Israel seja reconhecido estão os Comitês Populares de Resistência

Por Agencia Estado
Atualização:

Quatro facções palestinas ameaçaram atacar o presidente e o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas e Ismail Haniye, se ambos formarem um governo de unidade que reconheça o Estado de Israel. O anúncio foi feito por um porta-voz, durante uma entrevista coletiva em uma mesquita. O porta-voz, Abu Abir, disse que qualquer governo que reconhecer Israel "será alvo de nossas ações". A despeito dessas dificuldades, Haniye se disse otimista com a possibilidade de formação de um governo conjunto de sua organização, o Hamas, e o partido Fatah, de Abbas. Abbas acusou Haniye de levar as negociações que vinham sendo realizadas de volta à estaca zero. As conversações deverão ser retomadas na segunda-feira. De acordo com Hanyie, houve "grandes progressos", e que é possível haver um gabinete de unidade entre os dois grupos. As negociações iniciais para formação de um governo de unidade, a fim combater a crise econômica deflagrada pela suspensão da ajuda internacional à ANP - suspensão provocada, principalmente, pela posição dominante do Hamas, tido como organização terrorista, no governo - levaram ao anúncio, feito há quase duas semanas, de que o gabinete de consenso "será formado em 48 horas". O porta-voz de Haniye, Ghazi Hamed, disse que o Hamas segue comprometido com o acordo para governar ao lado do Fatah, mas esclareceu que o reconhecimento de Israel requer "uma consulta a todas as facções". O reconhecimento é uma exigência da comunidade internacional para voltar a colaborar financeiramente com a ANP. Entre as facções que ameaçam se voltar contra o governo caso Israel seja reconhecido estão os Comitês Populares de Resistência, setores radicais do próprio Fatah e grupos islâmicos de menor expressão. As alas armadas do Hamas não subscreveram a ameaça. O presidente Abbas havia dito, na Assembléia-Geral da ONU, que o governo de unidade nacional palestino reconhecerá Israel e respeitará os acordos de paz firmados em 1993. No dia seguinte, Hanye afirmou que o Hamas não reconhecerá Israel, nem chefiará um governo que o faça.

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