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Facções palestinas aceitam negociar trégua no Cairo

Por Agencia Estado
Atualização:

Treze facções palestinos, inclusive importantes grupos armados, aceitaram hoje participar de uma negociação de trégua prevista para o início de dezembro no Cairo. Enquanto isso, funcionários palestinos disseram apostar no sucesso do diálogo - desde que Israel concorde em suspender suas operações militares. Um cessar-fogo é de essencial importância para a retomada do roteiro para a paz, plano endossado formalmente pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) na quarta-feira. Entretanto, a situação ainda é frágil e diversos acordos de trégua fracassaram durante os mais de três anos do atual conflito, inclusive um patrocinado pelo Egito. A reunião do Cairo está marcada para 2 de dezembro. O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ahmed Qureia, quer o engajamento dos grupos armados no cessar-fogo, especialmente o Hamas e a Jihad Islâmica. Depois que os grupos suspenderem formalmente seus ataques contra Israel, ele então pedirá ao governo do Estado judeu que participe do cessar-fogo, uma oferta que dificilmente seria rejeitada por Israel em virtude da situação, apesar das reservas de Tel-Aviv sobre o assunto. Israel insiste que a ANP reprima os grupos armados e teme que um cessar-fogo sirva apenas para que as organizações extremistas se rearmem e reagrupem. Nos últimos dias, porém, Israel vem abrandando sua posição. Dore Gold, assessor do primeiro-ministro Ariel Sharon, afirmou que o governo israelense estaria disposto a adotar medidas recíprocas se os grupos armados palestinos parassem de atacar. "A chave é a reciprocidade", comentou Saeb Erekat, um experiente negociador palestino. Em novos incidentes violentos ocorridos nesta quinta-feira, soldados israelenses mataram um palestino armado que tentava passar por baixo da cerca do assentamento judaico de Netzarim, na Faixa de Gaza, informou o Exército. Enquanto isso, Sharon buscou reduzir a importância de um atrito diplomático entre Israel e Estados Unidos. Segundo ele, suas relações com o presidente americano, George W. Bush, continuam boas. Ontem, numa rara crítica pública a Tel-Aviv, Bush pediu a Israel que interrompa a expansão dos assentamentos judaicos e "a humilhação diária do povo palestino". No mesmo dia, os EUA endossaram o roteiro para a paz no CS da ONU. Israel diz aceitar o plano, mas insiste que apenas os EUA monitorem a implementação.

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