GAZA - Todas as facções palestinas na Faixa de Gaza, à exceção do Fatah, concordaram em diminuir a recente escalada da tensão com Israel para evitar uma nova ofensiva como a que deixou 1.400 palestinos mortos há dois anos.
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A única facção que não concordou com a medida, por motivos políticos, foi o Fatah, movimento nacionalista liderado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Os representantes dos diferentes grupos se reuniram na noite de quarta-feira em Gaza para dialogar sobre o aumento da violência com Israel nas últimas três semanas.
O número de bombardeios e mortes palestinas por fogo israelense aumentou tanto em Gaza como na Cisjordânia, enquanto os grupos armados palestinos lançam foguetes e morteiros contra Israel com a maior frequência dos dois últimos anos. Os projéteis são disparados por milícias palestinas minoritárias, mas Israel considera o Hamas o "único responsável" por controlar Gaza desde junho de 2007.
Após o encontro da noite de quarta-feira, que foi precedido por dias de intensos contatos entre a direção do Hamas e as milícias, um dos líderes do movimento islâmico, Ayman Taha, leu um breve comunicado que destaca o compromisso das facções com a segurança do povo palestino e a necessidade de "protegê-lo de todas as agressões".
"Nosso povo é vítima da ocupação israelense há mais de um século e é seu direito resistir à ocupação por todos os meios no marco de um acordo nacional", acrescentou.
O "acordo nacional" é um pacto verbal firmado entre as facções - em algumas ocasiões desrespeitado pelas mais radicais - para manter os ataques a Israel em níveis relativamente baixos desde a operação israelense Chumbo Fundido, em 2008.
Jalil al-Hayah, líder de um dos grupos mais agressivos, a minoritária Jihad Islâmica, assinalou que os grupos armados "farão o possível" para evitar que os palestinos sejam alvo de "agressões do inimigo".
Os líderes das facções minoritárias também fizeram um chamado para que os dois grupos majoritários, o Hamas e o Fatah, resolvam sua disputa e cheguem à reconciliação.