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Facções palestinas na Síria rejeitam eleições antecipadas

Em comunicado televisivo, o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina pediram a criação de um governo de união nacional

Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes das principais facções palestinas em Damasco rejeitaram a convocação de eleições presidenciais e legislativas antecipadas feita neste sábado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Em comunicado conjunto, o movimento islâmico Hamas (à frente do governo palestino), a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) pediram a criação de um governo de união nacional e rejeitaram a realização de eleições antecipadas. Em discurso pronunciado à nação, Abbas explicou que decidiu antecipar as eleições para tirar seu povo da atual estagnação política e financeira. As facções, por sua vez, qualificaram a convocação de eleições parlamentares antecipadas de "ilegal e injustificada", e afirmaram que a decisão "carece de um consenso palestino real", segundo o documento. O comunicado foi lido em entrevista coletiva na capital síria pelo diretor do escritório político do Hamas, Khaled Mashaal, que estava acompanhado pelos líderes da FPLP Maher Taher e da Jihad Islâmica Ramadan Shallah, assim como por Farouk Qadumi, diretor do Escritório Política da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e um dos principais críticos do presidente Abbas. "Qualquer passo fora das leis é rejeitado por todos nós. Esta não é a postura só do Hamas, mas a de 10 facções palestinas", reiterou Mashaal. Segundo o texto, as facções consideraram que "não há nenhuma razão verdadeira para realizar uma votação, já que o pleito democrático já foi realizado nos territórios palestinos". Embora Abbas não tenha fixado a data das eleições - que terá que decidir após consultar o Comitê Central Eleitoral - fontes de seu escritório em Ramala informaram que Abbas poderia anunciar o momento da convocação - que presumivelmente seria para março - dentro de uma semana. Para as facções palestinas que assinaram o documento, "as eleições aumentarão a tensão e as divisões no panorama palestino". As facções condenaram o que qualificaram de tentativa de assassinato do primeiro-ministro Ismail Haniyeh e expressaram sua intenção de "criar um comitê que se encarregará de identificar os responsáveis pelo ataque e apresentá-lo à Justiça". Além disso, as facções condenaram o assassinato, no último dia 11, de três crianças, filhos do coronel palestino Baha Balousha, quando iam para o colégio em um carro, na Faixa de Gaza. Sobre o embargo imposto ao povo palestino, as facções rejeitaram responsabilizar o governo e culparam "setores no estrangeiro" pela situação. No final do comunicado, as facções asseguraram que a resistência é a única via para recuperar os direitos do povo palestino.

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