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Facções recuam e libertam reféns após cessar-fogo em Gaza

Homens do Hamas e Fatah retiraram-se das ruas, após nono acordo desde dezembro

Por Agencia Estado
Atualização:

Homens armados começaram a retirar-se das ruas da Faixa de Gaza, alguns reféns foram libertados e muitas lojas reabriram neste domingo, quando pareceu ganhar força uma trégua incerta nos combates entre as facções rivais Hamas e Fatah, disseram moradores. A polícia ocupou os principais cruzamentos, após uma manhã tensa durante a qual morteiros explodiram perto do gabinete do presidente Mahmoud Abbas, do Fatah. Não está claro por quanto tempo pode perdurar essa trégua mais recente. Oito acordos anteriores assinados desde dezembro para suspender os combates entre o movimento islâmico Hamas e o grupo Fatah, que o Hamas derrotou nas urnas no ano passado, não duraram mais de alguns dias ou horas. Homens do movimento governista Hamas libertaram alguns de seus reféns do Fatah, mas muitos outros continuaram seqüestrados. Um funcionário de hospital disse que dois membros da guarda presidencial de Abbas (que recebe treinamento e equipamentos não letais financiados pelos Estados Unidos) morreram nesta manhã de ferimentos a bala sofridos no fim de semana. Mais de 80 palestinos já morreram nos combates desde dezembro, quando fracassaram as negociações para a formação de um governo de união entre o Fatah e o Hamas, e Abbas convocou novas eleições. Os palestinos esperavam que um governo de união pudesse aliviar o boicote econômico ocidental ao governo palestino. Mediação saudita Atendendo à exortação da Arábia Saudita, Abbas e o líder político do Hamas, Khaled Meshaal, se reunirão na terça-feira na cidade muçulmana santa de Meca para tentar resolver suas diferenças. O primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, vai deixar Gaza brevemente para participar das conversações, segundo seu chefe de gabinete. Outras negociações anteriores já terminaram sem acordo. Autoridades israelenses disseram que uma cúpula marcada para este mês entre a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, o premiê israelense, Ehud Almert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, dependerá do resultado das conversações em Meca. Israel e EUA não querem que Abbas concorde com um governo de união que não reconheça Israel, renuncie à violência e respeite os acordos de paz interinos, como pede o chamado Quarteto de mediadores no Oriente Médio. Autoridades israelenses disseram que, com a aprovação de Israel, Egito e Jordânia vêm fornecendo armas e munições às forças de Abbas.

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