Falha em Srebrenica derruba chefe das Forças Armadas

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Por Agencia Estado
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Acusado em relatório oficial de falhar na prevenção do massacre de Srebrenica, em 1995 na Bósnia, o chefe das Forças Armadas da Holanda, general Ad van Baal, renunciou ao posto hoje, um dia após a queda, pelo mesmo motivo, do governo do primeiro-ministro social-democrata Wim Kok. Na época, quando soldados holandeses a serviço da ONU nada fizeram para evitar a execução sumária de 7 mil civis muçulmanos-bósnios por milicianos servo-bósnios, o general Van Baal era o segundo na hierarquia militar holandesa. Segundo investigação oficial, que levou cinco anos para ser concluída, o governo de Kok e os chefes militares holandeses enviaram para o enclave um batalhão despreparado, mal equipado e sem um mandato adequado para proteger os civis acossados pelo bem treinado Exército servo-bósnio. Sob pressão dos sérvios e sem um decidido amparo internacional, o batalhão abandonou os moradores de Srebrenica à própria sorte. O relatório atribui também à ONU grande parcela de responsabilidade pela tragédias. A renúncia do chefe das Forças Armadas e do governo social-democrata ocorreu a quatro semanas das eleições parlamentares holandesas. Kok, que governa o país desde 1994, informou que não disputará um novo mandato. A pedido da rainha Beatrix, chefe de Estado, ele aceitou presidir um governo provisório. Por sua vez, o Parlamento holandês decidiu aprofundar as investigações do caso Srebrenika.

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