Falta de aquecimento provoca crise política na Rússia

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Por Agencia Estado
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Com milhares de russos congelando em apartamentos sem aquecimento, o presidente Vladimir Putin demitiu nesta segunda-feira o ministro da Energia e Combustível, Alexander Gavrin, e levou à renúncia o governador de Primorye, Yevgeny Nazdratenko, que não conseguiu manter ligados os sistemas de aquecimento. O governador entregou sua renúncia à assembléia legislativa local depois de conversar conm o presidente da Rússia por telefone, informou o assessor de imprensa de Nazdratenko, Alexei Kazakov. No entanto, não ficou claro como as demissões ajudariam a solucionar a crise no sistema de serviços públicos da Rússia, prejudicado por práticas comerciais ineficientes, brigas políticas e encanamentos e aquecedores danificados. Há cerca de um mês, a Rússia vive uma crise de falta de energia, vital para o aquecimento de milhares de casas no extremo oeste do país. Com temperaturas entre -30º e -50º Celsius - o inverno mais gelado desde 1949 -, 33.000 famílias de oito regiões sofrem com o frio sem poder ligar os aquecedores. Uma série de falhas tem deixado os russos passarem frio. São equipamentos quebrados e nunca consertados, é o carvão que não chega às usinas, e ainda o monopólio desse setor nas mãos da ineficaz Unified Energy Systems. O próprio Putin declarou, na semana passada, que o governo federal e as autoridades locais eram os culpados pela crise deste ano. No domingo, seis russos de duas famílias morreram em um incêndio nas suas casas, na região de Karelia. Eles fizeram uma fogueira para tentar se aquecer. Os países europeus também estão enfrentando o frio. Tempestades de neve têm impedido que os aviões decolem e os trens partam. O trânsito em muitas estradas está interrompido. Algumas escolas foram fechadas. O consumo de energia tem sido recorde. Na Dinamarca, os policiais têm aconselhado as pessoas a ficar em casa. No extremo norte da Alemanha, algumas auto-estradas estão bloqueadas e os carros só circulam em comboio. O aeroporto de Hamburgo, também na Alemanha, ficou fechado nesta segunda-feira por causa de 10 centímetros de neve na pista. Na Suíça e na Finlândia, a temperatura está mais baixa do que -40º Celsius. A multinacional Shell, na Noruega, teve de interromper a produção de óleo. No domingo, uma avalanche matou um esquiador alemão nos Alpes austríacos. A neve que caiu de madrugada na Escócia e no norte da Inglaterra deixou muitas cidades isoladas e mais de 4.500 casas estão sem energia elétrica.

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