
26 de novembro de 2015 | 23h01
A oposição venezuelana centrou suas críticas no chavismo após a morte do secretário do partido Ação Democrática, Luís Díaz. Lilian Tintori, mulher do líder do Vontade Popular, Leopoldo López e parlamentares ouvidos pelo Estado criticaram o governo do presidente Nicolás Maduro e atribuíram à crise política a falta de condições de segurança para a campanha opositora para as eleições do dia 6.
“Querem aterrorizar os venezuelanos. Esse atentado representa o Estado terrorista de Nicolás Maduro e o responsabilizo diretamente (pela morte). Querem me matar”, disse Lilian, que estava no palanque na hora do ataque, em entrevista coletiva em Caracas. “Convido todos a vestir-se de branco até o dia 6 em solidariedade à Ação Democrática (branco é a cor do partido). Queremos uma onda branca na Venezuela como símbolo de rechaço ao que ocorreu em Guárico.”
A opositora ainda pediu a mobilização dos eleitores para as eleições parlamentares. “Eles sabem que fracassaram e vão perder a eleição. Como disse Gandhi, ‘a violência é o medo das ideias dos outros’. Queremos trocar o ódio pelo amor, a perseguição pelo perdão, a violência pela paz”, afirmou.
Ao Estado, o deputado Carlos Eduardo Berrizbeitia, deputado pelo partido Projeto Venezuela, que integra a Mesa da Unidade Democrática (MUD), disse que medidas de segurança dos opositores na Venezuela são precárias. “Os deputados ou os candidatos a deputados não contam com nenhum tipo de proteção, como guarda-costas, algo que acontece em outros países, nos quais essas medidas são garantidas na Constituição”, afirmou.
“O que tem acontecido nos últimos dias e nas últimas semanas são eventos de muita violência nos atos de campanha dos candidatos opositores em diferentes Estados do país e agora isso se concretizou no assassinato do dirigente de um partido-irmão, que faz parte da MUD.”
Ainda de acordo com ele, a retórica de Maduro e de outros líderes chavistas colabora para o aumento da violência. “A grande causa dessa violência é o slogan do partido do governo, que diz que vai ‘ganhar seja como for’, que é defendido e repetido pelo presidente Maduro”, acrescentou. “Há um clima de tensão e violência na Venezuela depois da morte desse opositor, mas temos dito a nossos apoiadores para que não caiam em provocações e não entrem em episódios de violência.”
Maduro, por sua vez, lamentou a morte e prometeu investigá-la. “Ontem à noite ocorreu um incidente lamentável em Guárico. Presto minhas condolências à família da vítima”, disse Maduro, que há semanas pediu uma “resposta cívico-militar” em caso de vitória da oposição nas eleições. / COM EFE
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.