13 de março de 2009 | 15h06
A mulher de um advogado defensor dos direitos civis disse nesta sexta-feira que ela e seus dois filhos fugiram da China e estão agora nos Estados Unidos. Segundo o relato, ela pagou a uma quadrilha especializada para cruzar a fronteira, escapando da perseguição de agentes de segurança chineses.
Veja também:
Desaparecimento de ativista chinês preocupa dissidentes
Geng He, casada com Gao Zhisheng, disse que o trio fez uma jornada de oito dias de motocicleta no sul da China, passando por caminhos montanhosos até chegar à Tailândia, em janeiro. Ao conseguir refúgio através das Nações Unidas em Bangcoc, pediu asilo a Washington. Ela revelou que a família seguiu para os EUA nesta terça-feira, sem Gao.
O advogado desapareceu no mês passado e deve estar preso. Geng disse que não sabia onde o marido estava e temia por sua segurança.
Gao começou a ganhar notoriedade quando se envolveu em vários casos politicamente sensíveis, entre eles a perseguição de membros da proscrita seita espiritual Falun Gong. Ele depois passou a pedir reformas constitucionais ao governo autoritário.
Geng disse que conseguiu deixar Pequim com a família, partindo para a província de Yunnan, no sudoeste, no dia 9 de janeiro. Ela disse que o marido não estava em Pequim quando houve a fuga.
A mulher revelou ter pagado 40 mil yuans (US$ 5.850) à quadrilha para cruzar a fronteira. Funcionários do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, em Genebra, e da embaixada dos EUA em Pequim disseram que não podem comentar casos de refúgio individuais.
Gao, de 44 anos, estava cotado para ganhar o Prêmio Nobel da Paz, no ano passado. Autoridades judiciais retiraram a licença de advogado dele há três anos. Ele chegou a cumprir prisão domiciliar, após ser condenado por subversão. Gao já afirmou anteriormente que foi torturado na cadeia. As informações são da Associated Press.
Encontrou algum erro? Entre em contato