
15 de agosto de 2014 | 18h33
FERGUSON, EUA -Advogados da família e primos de Michael Brown, o jovem negro morto por um policial de Ferguson, no Estado americano de Missouri, acusaram ontem a polícia da cidade de "difamação".
Daryl Parks, um dos advogados da família Brown, disse que divulgar um vídeo em que o rapaz supostamente assalta uma loja de conveniência minutos antes do incidente nada mais é do que uma estratégia. "Foi difamação", disse ele em uma entrevista à imprensa na sede da polícia.
O advogado pediu calma e disse que a família responsabilizará a força policial se houver nova onda de violência. "Pediram-me para fazer um apelo", disse Parks. "Não mordam a isca e não saiam às ruas. A família não quer isso."
Um primo de Brown, com os braços abertos e as mãos ao alto, disse: "Este é o código universal para 'eu me rendo'", em referência ao relato de testemunhas de que o rapaz teria se rendido antes de o policial disparar.
Outro advogado da família, Benjamin Crump, disse ainda que a família nunca falou que Michael era "perfeito". Ainda assim, reafirmou que ter "total confiança na investigação da morte de Michael Brown".
Após a entrevista na sede da polícia de Ferguson, Crump publicou em sua conta no Twitter: "A questão aqui é que o chefe (de polícia) está mais interessado em gastar tempo, dinheiro e recursos buscando informações que ajudem a demonizar a vítima, em vez de se concentrar no fornecimento de informações sobre o assassinato de Michael Brown. O povo de Ferguson e do resto do país precisa de transparência para se curar. A verdade sobre a execução de Mike vai sair!".
O policial que atirou e matou Brown foi identificado nesta sexta-feira, 15, como Darren Wilson, informou a polícia local. A polícia tem sido lenta em divulgar informações sobre a morte de Brown, dizendo apenas que aconteceu em uma briga entre um policial e o jovem. O oficial foi tratado em um hospital por um inchaço no rosto.
Dorian Johnson, que estava andando com Brown no momento disse em entrevistas que o adolescente colocou as mãos para cima e não lutou contra o policial.
Segundo a versão da testemunha, o oficial atirou diversas vez na cabeça e no peito de Brown. Uma autópsia preliminar confirmou que Brown sofreu diversos disparos, segundo relatos da mídia.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.