Família de vítima ainda quer verdade sobre o caso de Amanda Knox

Americana e ex-namorado, agora inocentados, eram acusados de matar a britânica em 2007

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LONDRES - A família da britânica Meredith Kercher disse nesta terça-feira, 4, que continuará procurando a verdade sobre a morte da estudante, após a libertação, na última segunda-feira, da americana Amanda Knox e seu ex-namorado, Raffaele Sollecito, que haviam sido condenados pelo crime ocorrido em 2007.

 

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Knox, de 24 anos, e o italiano Sollecito, de 27, passaram quase quatro anos presos na Itália. Eles haviam sido condenados em 2009 a 26 e 25 anos de prisão, respectivamente, pelo assassinato de Kercher, de 21 anos, na cidade italiana de Perugia. A decisão, no entanto, foi revista por um tribunal de apelos na última segunda-feira. "Sinto que voltamos à estaca zero. A busca prossegue para descobrirmos o que realmente aconteceu", disse o irmão de Meredith, Lyle. "Nos pegamos pensando como uma decisão que era tão sólida há dois anos foi tão enfaticamente modificada, coisa que levanta outras questões", disse. No entanto, Lyle disse que a família "aceita e respeita a decisão do tribunal e do sistema judiciário italiano". Apelo Sua irmã, Stephanie, disse que "a maior frustração" é não saber ainda o que ocorreu e ter consciência de que "alguém ou mais pessoas por aí" seriam responsáveis pela morte de Meredith. "É muito duro falar em termos de perdão. Até que a verdade apareça, não podemos perdoar ninguém", completou. Promotores italianos disseram que vão apelar da decisão. "Entendo que a promotoria vai em frente com o apelo, mas acredito que a decisão cabe a alguém mais acima", disse Lyle. "Pode ser o caso de esperarmos outro ano para conhecermos a verdade. Temos que deixar esse trabalho nas mãos da polícia, dos técnicos e dos tribunais", disse Stephanie. O caso Knox e Sollecito foram condenados pelo assassinato de Kercher no que a promotoria afirmou ter sido um jogo sexual brutal que deu errado. Na segunda-feira, no entanto, a corte de apelação acatou o argumento da defesa, que considerou inválida a principal prova contra Knox e Sollecito, uma mostra de DNA encontrada em uma faca de cozinha na cena do crime. O material não teria sido colhido segundo as recomendações internacionais, sendo manipulado com uma sacola plástica, e não com o papel adequado. Além de Knox e Sollecito, uma terceira pessoa foi condenada pelo assassinato de Kercher em um julgamento separado. Rudy Guede, de 24 anos, foi condenado a 30 anos de prisão em 2008, mas após um recurso, a pena foi reduzida para 16 anos.

 

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