Fanático por cientista que falsificou clonagem comete suicídio

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Por Agencia Estado
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Um homem de 59 anos se suicidou neste sábado, ateando fogo no próprio corpo, no centro de Seul, em protesto contra a investigação, ainda em andamento, sobre o cientista Hwang Woo-suk, acusado de falsificar experimentos com células-tronco obtidas de embriões humanos clonados. O suicida distribuiu por volta de 30 panfletos onde pedia que se permitisse a Hwang retomar suas pesquisas. Em seguida, molhou o corpo com uma substância inflamável e se imolou, perto da porta de Gwanghwamun, no coração da capital sul-coreana. Segundo indicaram fontes da polícia, o suicida trabalhava como taxista na cidade de Pusan, no leste do país. Este é o incidente mais grave ocorrido em torno do escândalo desencadeado pelo professor Hwang, acusado de manipular os dados de uma pesquisa na qual disse ter obtido células-tronco de embriões humanos clonados. Hwang publicou esses resultados e os de outras pesquisas também fraudulentas, segundo determinou o exame de um comitê universitário, na revista americana Science em 2004. Em 2005, Hwang disse ter obtido células-tronco específicas, procedentes de pacientes doentes, descoberta que, de caso fosse verdadeira, teria aberto as portas para a cura de doenças como o diabetes e o Alzheimer. I love Hwang Woo-suk A Promotoria investiga Hwang também por sua suposta obtenção ilegal dos óvulos humanos nos quais foram centrados seus experimentos e de usar para seu benefício os fundos estatais destinados a sua pesquisa. As primeiras investigações apontam que Hwang utilizou parte desses fundos para obter apoio para suas pesquisas nos escalões mais altos do poder. Na próxima semana uma equipe de promotores deve interrogar Kim Sun-jong, um dos principais colaboradores da equipe de Hwang, e o professor Yoon Hyun-soo, da Universidade de Hanyang, colega do cientista caído em desgraça. Embora Hwang possa ser castigado penalmente por essa fraude, ele tem milhares de seguidores em todo o país, agrupados no clube "I love Hwang Woo-suk". Antes da descoberta das falsificações em seu trabalho científico, Hwang se transformara em um herói na Coréia do Sul ao chegar à cúpula mundial de pesquisas sobre clonagem e aplicação terapêutica dessas células-tronco. Hwang, de 52 anos, dispunha de 15 títulos oficiais, oito deles do Ministério de Ciência e Tecnologia. Ele abriu mão de todos em dezembro passado, depois que outra comissão da Universidade Nacional de Seul indicou que falsificou seu estudo de 2005 sobre a criação de células-tronco de embriões clonados de pacientes específicos.

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