O acordo é sobre o ponto 4 da agenda de negociação, "Solução para o problema das drogas ilícitas", e foi anunciado em Cuba, onde ocorrem as conversas entre as duas delegações. O pacto foi alcançado quase uma semana antes do prazo final, estipulado para o dia 22. Outros dois pontos do acordo, que tratam da questão agrária e da participação política da guerrilha foram fechados no ano passado, em maio e novembro.
"É necessário encontrar uma solução definitiva para o problema das drogas. A produção e comercialização de substâncias ilegais tiveram graves efeitos na população, afetando o direito à liberdade, e foi usado para financiar o conflito", diz o comunicado do acordo.
No documento assinado ontem, as delegações definem que o conflito interno colombiano tem "causas alheias ao cultivo e comércio de drogas ilícitas" e estabelecem programas de ajuda social e luta contra o narcotráfico. "Definimos a criação de um sistema nacional de auxílio ao consumidor de drogas, com a implementação de ações complementares de inserção social", descreve o documento.
Sobre a luta contra o narcotráfico, foi decidido que o governo deve ampliar a estratégia de combate ao crime organizado, por meio de um mapeamento feito por especialistas, e formular um novo estatuto contra as drogas ilícitas.
Mais cedo, as Farc e o Exército de Libertação Nacional - as duas maiores guerrilhas em ação na Colômbia - declararam um cessar-fogo unilateral que deve durar do dia 20 ao 28, período do primeiro turno da eleição presidencial.
"Estamos ordenando todas as nossas unidades a interromper qualquer ofensiva militar contra o Exército ou a infraestrutura econômica", disse o líder das Farc, Pablo Catatumbo.
Candidatos concorrentes do presidente Santos criticaram o cessar-fogo, visto como uma aproximação com a guerrilha. "Com esse cessar-fogo, as Farc aderem à campanha presidencial", disse a candidata do Partido Conservador, Marta Lucia Ramírez. O governo garantiu que não interromperá as ações militares.
Principal candidato opositor, Óscar Iván Zuluaga, que tem o respaldo do ex-presidente Álvaro Uribe e subiu nas últimas pesquisas, disse que o cessar-fogo deve ser verificável e definitivo. Santos é um defensor do processo de paz e acusa seus rivais de tentarem sepultá-lo caso cheguem ao poder.
Segundo a Rádio Caracol, de Bogotá, o governo colombiano estuda paralisar o processo de paz com até o segundo turno da eleição presidencial, marcado para 15 de junho. O governo não confirmou a informação e disse que o processo continua conforme o cronograma.
/ AFP e EFE