Farc ameaçam atacar Exército de Libertação Nacional

Bloco oriental das Farc denunciou que foi alvo de "agressões" por parte do ELN na região petrolífera de Arauca e por isso decidiu "castigar os responsáveis

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Por Agencia Estado
Atualização:

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta segunda-feira uma ofensiva contra um outro grupo guerrilheiro menor, o Exército de Libertação Nacional (ELN). As milícias disputam um estratégico território na fronteira com a Venezuela. Em um comunicado publicado em sua página na Internet o bloco oriental das Farc denunciou que foi alvo de "agressões" por parte do ELN na região petrolífera de Arauca (nordeste), por isso decidiu "castigar os responsáveis". Na nota, as Farc destacam que tais ataques eram esperados apenas do inimigo e acrescentam que a via militar está sendo adotada depois de tentativas para resolver o que seria "uma discrepância entre revolucionários". "Não vamos golpear as massas populares, independentemente de suas simpatias. O problema é com aqueles comandantes que nos tratam como inimigos, por isso pedimos aos combatentes e aos líderes do ELN que tenham consciência da gravidade das agressões e utilizem suas armas em benefício da revolução e não contra os irmãos de luta", indicaram as Farc. Arauca, o departamento em disputa no nordeste da Colômbia, tem sido historicamente um reduto do ELN desde a década de 80. O ELN, fundado em 1964 e com cerca de 4 mil integrantes, aproveitou a construção de um dos mais importantes oleodutos do país para extorquir a companhia alemã encarregada das obras e a petrolífera que explorava os poços da região. Debilitado militarmente pela ofensiva sem precedente lançada pelo presidente Álvaro Uribe, o ELN já manteve três rodadas de conversações com o governo. As Farc, por sua vez, rejeitam qualquer diálogo com o governo. Também nesta segunda-feira, foi iniciado numa corte militar o julgamento de três oficiais, 15 suboficiais e 129 soldados acusados de se apropriarem de cerca de US$ 20 milhões aparentemente das Farc. Os militares faziam uma patrulha numa zona montanhosa perto de San Vicente del Caguán, 280 km ao sul de Bogotá, quando encontraram a fortuna enterrada. Em vez de entregar o dinheiro às autoridades, eles teriam repartido os dólares entre eles. Os militares estão sujeitos a penas de quatro a 14 anos de prisão.

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