BOGOTÁ - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta quarta-feira, 8, um cessar-fogo unilateral durante um mês a partir do próximo dia 20.
A guerrilha colombiana adotou essa decisão em resposta ao pedido de Cuba e Noruega, países fiadores da negociação com o governo, e de Venezuela e Chile, acompanhantes do processo de paz, para diminuir a intensidade do conflito, segundo uma declaração lida pelo número dois das Farc, Luciano Marín Arango, conhecido como "Ivan Márquez".
"Anunciamos nossa disposição de ordenar um cessar-fogo unilateral, a partir de 20 de julho, por um mês. Buscamos com isso gerar condições favoráveis para avançar com a outra parte na concretização do cessar-fogo bilateral e definitivo", destacaram as Farc em sua declaração.
Na noite de terça-feira, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, havia proposto acelerar as negociações do cessar-fogo bilateral para reduzir o conflito armado e a violência.
As declarações foram dadas em uma rodada de perguntas e respostas feita pelo presidente no Twitter para esclarecer as dúvidas dos colombianos sobre os diálogos que o governo mantém desde novembro de 2012 com o grupo guerrilheiro.
Questionado sobre que mensagem enviará aos países que apoiam o processo após o pedido pela diminuição da intensidade do conflito e para que o governo adotasse medidas para construir confiança entre as partes, o presidente defendeu acelerar as negociações sobre o cessar-fogo.
"Acolhemos o pedido ao redução do conflito com compromissos. Propomos acelerar a negociação do cessar-fogo definitivo", indicou o presidente, acrescentando, no entanto, que ainda é preciso avançar para que a medida possa ser iniciada.
"Para isso são indispensáveis a concentração dos guerrilheiros em determinadas regiões, assim como a verificação da cessação da atividade armada e a entrega de armas", completou.
Atualmente, o cessar-fogo bilateral é discutido em Cuba com a ajuda da Subcomissão Técnica para o Fim do Conflito, que assessora os negociadores colombianos em questões delicadas. Durante meses, o presidente insistiu que isso só ocorrerá quando o acordo de paz entre as partes for assinado de forma definitiva. / EFE