Farc denunciam prisão no México de um de seus líderes a pedido da Colômbia

Para líderes do partido Comunes, que surgiu do acordo de paz com a antiga guerrilha, prisão feita pela Interpol viola pacto

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Por Redação
Atualização:

BOGOTÁ - A ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) denunciou nesta terça-feira, 19, a captura pela Interpol no México de um de seus líderes e ex-negociadores do acordo de paz, a pedido do governo colombiano.

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Conhecido como chanceler das Farc na época do conflito, Rodrigo Granda foi detido pela Interpol em resposta a uma "circular vermelha", segundo publicaram no Twitter os congressistas Carlos Lozada e Pablo Catatumbo, líderes do partido Comunes, que surgiu do acordo de paz com a antiga guerrilha.

Lozada classificou a prisão como "uma violação clara" do acordo de 2016, negociado em Cuba, que encerrou mais de meio século de luta rebelde. Segundo o parlamentar, Granda viajou com a autorização do tribunal especial de paz que investiga os piores crimes cometidos no contexto do conflito com as extintas Farc. Os ex-rebeldes respondem no tribunal por crimes como sequestro e recrutamento de menores.

Rodrigo Granda ficou conhecido como o 'chanceler' das Farc na época do conflito Foto: Daniel Munoz/AFP

“Fomos informados de que o governo de @IvanDuque pediu à Interpol para ativar a circular vermelha enquanto ele voava para o México, em uma clara violação do Acordo de Paz”, enfatizou Lozada. O governo colombiano não se pronunciou sobre a denúncia da ex-guerrilha.

Granda, que foi preso na Venezuela em 2005, durante uma operação secreta, e transferido para a Colômbia quando trabalhava como contato internacional para as Farc, foi um dos negociadores do acordo de paz em Havana.

A prisão do "chanceler" da guerrilha, que não foi confirmada oficialmente, acontece a pouco mais de um mês do quinto aniversário do acordo de paz. 

O Comunes acusou o atual presidente colombiano, Iván Duque, de seguir "atacando o processo de paz". “Respeite aqueles de nós que acreditam na paz e cumpra seu dever de nos deixar participar da política!”, tuitou o partido esquerdista./AFP 

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