Farc pedem 'oportunidade para a paz' e dizem 'não à rendição'

Guerrilha se pronuncia pela primeira vez após morte de Mono Jojoy, seu líder militar

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BOGOTÁ - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram nesta sexta-feira, 24, que continuam "reivindicando uma oportunidade para a paz" e descartaram mais uma vez a rendição. O pronunciamento da guerrilha foi o primeiro após a morte de Mono Jojoy, seu chefe militar e número dois na hierarquia da organização.

 

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"O único caminho é a solução política e pacífica para o conflito social e armado interno, e nessa solução seremos um fator determinante", afirma um comunicado da guerrilha difundido pela Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol), próxima dos rebeldes.

 

"As demais estratégias só contribuem para prolongar a espiral da guerra", afirmam as Farc, insistindo que seu líder máximo, Alfonso Cano, já convidou o presidente Juan Manuel Santos para conversar.

 

Santos já disse repetidamente que só dialogaria com as Farc se seus membros renunciassem ao terrorismo e à luta armada e, na quinta-feira, disse que seguiria com as ofensivas militares até que todas as guerrilhas fossem mobilizadas. Após a morte de Jojoy, o governo pediu que Cano e os outros guerrilheiros se entreguem.

 

Os rebeldes, porém, disseram no comunicado desta sexta que "não é pela via do extermínio dos inimigos que a Colômbia encontrará a paz e a reconciliação". "Apesar de todas as faces dos confrontos, seguiremos enfrentando enquanto tivermos apoio das pessoas humildes. Aí está o segredo que nos projeta um futuro tanto na selva quando nas cidades colombianas", diz o comunicado.

 

As Farc também criticaram o governo por louvar "uma falsa e vitoriosa aniquilação da insurgência". "Enquanto houver injustiça, desabrigados, monopólio de terra e riquezas, narcotraficantes e paramilitares governando, impunidade, corrupção, pobreza extrema, aí seguirão aparecendo os semeadores para a existência das Farc", concluem as declarações da guerrilha.

 

O governo da Colômbia anunciou a morte de Jojoy na quinta-feira, em decorrência de uma operação do Exército no departamento de Meta, no centro do país. Jojoy era o segundo no comando das Farc e era considerado um dos mais violentos guerrilheiros.

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Sua morte foi considerada pelo presidente Santos como "o mais duro golpe já sofrido pelas Farc em toda sua história" e significou "a queda do maior símbolo do terror na Colômbia".

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