BOGOTÁ - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pediram na quinta-feira uma perícia legal para determinar se realmente houve confrontos na região da Colômbia onde morreram dois guerrilheiros durante o cessar-fogo estabelecido pelos rebeldes e pelo governo desde agosto no âmbito dos diálogos de paz.
O comandante da guerrilha, Carlos Antonio Lozada, integrante da equipe de negociações de paz das Farc, disse que será reivindicada "uma perícia forense para determinar se realmente houve combates ou não e em que circunstâncias ocorreu o assassinato dos nossos dois camaradas", registrado no domingo no norte do país.
Ele explicou que será exigida “uma reunião com a instância nacional do mecanismo de monitoramento e verificação" do cessar-fogo, criado no âmbito do processo de paz e integrado pelas Farc, o governo e a ONU, pois há “versões distintas da difundida no dia de ontem (quarta-feira) pelo Exército em seu comunicado", detalhou à Nueva Colombia Noticias, órgão de comunicação da guerrilha.
Lozada deu essas declarações antes de assistir em Bogotá a uma reunião sobre "a logística para a implementação das zonas de vereda - seção administrativa municipal - transitórias", onde os guerrilheiros vão se concentrar sob a supervisão das Nações Unidas, assim que o novo acordo de paz entrar em vigor.
O pacto renegociado entre as Farc e o governo de Juan Manuel Santos, estabelecido após a derrota do primeiro em um plebiscito realizado no dia 2 de outubro, foi selado em Cuba, sede dos diálogos. Um dia depois, dois guerrilheiros morreram em supostos confrontos com o Exército, no que seria a primeira violação documentada do cessar-fogo bilateral que as partes acordaram em 29 de agosto.
Na quinta-feira, o mecanismo de monitoração do cessar-fogo assegurou em um comunicado que investiga o ocorrido "em 13 de novembro no município de Santa Rosa, ao sul do departamento (Estado) de Bolívar, que teve como resultado a morte de duas pessoas das Farc". Um terceiro guerrilheiro saiu ileso. Segundo o texto, o mecanismo também "investiga outro suposto incidente em Tumaco", no Pacífico colombiano, perto da fronteira com o Equador, sobre o qual não foram informados detalhes. / AFP