Farc reiteram disposição para diálogo com Bogotá, mas sem precondições

Presidente Santos diz que só negocia com guerrilha se houver garantias de abandono da luta armada

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BOGOTÁ - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reiteraram sua disposição em dialogar com o governo colombiano, mas sem as condições prévias exigidas pelo presidente Juan Manuel Santos, que quer mostras de que os rebeldes vão abandonar os sequestros e o terrorismo.

 

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Um comunicado da guerrilha divulgado nesta quarta-feira, 22, diz que "o Bloco Sul reitera a disposição das Farc em conversar com o atual governo e encontrar uma saída política para o conflito social e armado que vive o país, mas sem nenhum tipo de condições".

 

"O que o presidente (Santos) está exigindo para conversar deverá ser o resultado de um acordo de paz, e não a condição prévia para o diálogo", ressalta o texto das Farc.

 

A nota, assinada pelo Estado-Maior do Bloco Sul da guerrilha e datada de setembro de 2010, das "montanhas de Caquetá (um departamento colombiano)", foi divulgada pela Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol), próxima dos rebeldes, em seu site.

 

Os guerrilheiros lembraram que seu chefe máximo, Guillermo León Sáenz, conhecido como "Alfonso Cano", apresentou um "convite público" a Santos "para sentar e conversar", e a resposta do líder em seu discurso de posse em 7 de agosto foi "inaceitável, arrogante e soberba".

 

Desde que assumiu a presidência, Santos insiste que só vai dialogar com as Farc se a guerrilha der mostras claras de que vai deixar para trás os sequestros, o terrorismo e o recrutamento forçado de menores, entre outras práticas. "Enquanto houver guerra, haverá atos de guerra de parte a parte", advertiram as Farc.

 

O Bloco Sul, que atua nas regiões próximas da fronteira com o Equador, sofreu no último domingo uma dura ofensiva militar que deixou 27 combatentes mortos, entre eles um de seus chefes e líderes políticos, conhecido como "Domingo Biojó".

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A Frente 48 do Bloco Sul, à qual pertenciam os mortos, foi a autora de um ataque que deixou o saldo de oito policiais mortos no departamento de Putumayo, na fronteira com o Equador, no último dia 10.

 

Só no mês de setembro, as Farc e a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) mataram cerca de 40 policiais e militares em diversos ataques e emboscadas, o que levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a expressar sua preocupação com o aumento dos conflitos no país.

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