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Farc reiteram interesse em libertar reféns e criticam Uribe

Presidente não possui "vontade política", afirma porta-voz dos revolucionários

Por Agencia Estado
Atualização:

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram nesta sexta-feira que seguem interessadas em trocar os reféns que mantêm por guerrilheiros presos, mas criticaram as condições estabelecidas pelo presidente Álvaro Uribe. O porta-voz das Farc, Luis Edgar Devia, conhecido como "Raúl Reyes", disse em entrevista divulgada na internet que o governante não possui "vontade política". Uribe se opôs na última terça-feira a que os rebeldes das Farc andem armados na zona que for desmilitarizada para as negociações, e afirmou que os guerrilheiros que deixarem as prisões não poderão voltar ao grupo. As Farc mantêm 59 reféns, entre políticos, soldados e policiais. A organização deseja trocá-los por cerca de 500 guerrilheiros presos. "O presidente tirou a pele de cordeiro e mostrou que é um lobo", disse Reyes. "Estamos em um ponto inicial. Se o Governo demonstrar vontade de negociar e a comunidade nacional e internacional apoiarem o processo, haverá resultados rapidamente", afirmou. O grupo espera que Uribe assine um decreto autorizando a desmilitarização dos municípios de Pradaria e Flórida (no sudoeste do país) por 45 dias para a realização da troca. Essa desmilitarização, que o Governo não aceitava, foi exigida pelas Farc há quatro anos. "Raúl Reyes" afirmou que as Farc esperam que o Governo decrete em breve a retirada da polícia para que os representantes da organização cheguem ao local e dêem início aos diálogos. Entre os seqüestrados pelas Farc estão a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt, um ex-ministro, um ex-governador, vários ex-parlamentares, doze deputados regionais, dezenas de soldados e policiais e três empresários americanos.

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