BOGOTÁ - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram na quinta-feira a libertação do soldado Carlos Becerra Ojeda, sequestrado dia 19 no departamento (Estado) do Cauca, no sudoeste da Colômbia, antes de a guerrilha anunciar um cessar-fogo unilateral. O protocolo humanitário para a soltura do soldado já foi iniciado.
As Farc afirmaram que a missão humanitária que receberá Becerra Ojeda será integrada por representantes dos governos fiadores dos diálogos de paz em Havana, Cuba e Noruega, e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Becerra Ojeda foi capturado pelas Farc após ser ferido em um combate ocorrido um dia antes da entrada em vigor do cessar-fogo unilateral e indefinido da guerrilha. No enfrentamento cinco soldados morreram, cinco foram feridos e Becerra Ojeda foi dado como desaparecido, mas no início desta semana o Exército confirmou que ele havia sido sequestrado.
Segundo o Exército, o soldado estava na cidade de Santander del Quilichao (Cauca) junto com o Batalhão de Infantaria N.º 8 em uma operação contra a coluna móvel "Jacobo Arenas" da 6.ª frente das Farc quando foi capturado.
Após o sequestro de Becerra Ojeda, o Exército afirmou que esses fatos "infringem de maneira clara o Direito Internacional Humanitário e violam flagrantemente os direitos humanos".
Em seu comunicado, as Farc destacaram que a libertação é "um novo gesto de paz" e um "ato humanitário", já que o soldado foi ferido durante o combate no qual foi capturado. "Respeitar a vida de um combatente que se captura durante o confronto não é uma violação do Direito Internacional Humanitário, mas sua devida aplicação ao torná-lo sujeito de direitos", acrescentaram.
Em novembro deste ano, o sequestro do general Rubén Darío Alzate, de um cabo e uma civil que o acompanhavam em uma visita ao casario de Las Mercedes, no departamento de Chocó, levou o governo a suspender os diálogos de paz com as Farc.
O grupo guerrilheiro libertou Alzate e seus acompanhantes dias depois e entregou previamente dois soldados que haviam sido sequestrados após um combate em Arauca, na fronteira com a Venezuela, o que permitiu o reatamento das negociações. /EFE