Farsa envolve ministro francês

Supermercado contrata figurantes para aplaudi-lo

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Por Andrei Netto e PARIS
Atualização:

Uma cadeia de supermercados da França admitiu ontem que pagou para que figurantes aplaudissem o novo ministro da Educação da França, Luc Chatel, durante sua visita a uma de suas lojas em Val-de-Marne, nas imediações de Paris. O farsa causou constrangimento a Chatel, que só queria mostrar à imprensa que o preço do material escolar está estabilizado graças a um acordo do governo com os grandes varejistas. Duas semanas antes da volta às aulas no país, o ministro convidou jornalistas a uma visita ao supermercado Intermarché, onde foram recebidos por funcionários do estabelecimento e membros da União por um Movimento Popular (UMP), principal partido da coalizão governista, que se passaram por consumidores. A fraude foi descoberta sem dificuldade em razão do amadorismo dos atores. Antes mesmo da chegada da comitiva oficial, falsas donas de casa e mães de alunos se plantaram diante das prateleiras de material escolar, escolhendo freneticamente os produtos, quando o resto do supermercado permanecia vazio. Após a saída de Chatel, elas abandonaram o material escolar sem comprar nada e levantaram suspeita dos jornalistas presentes, que não demoraram muito para descobrir a farsa. Questionado sobre o caso, Chatel se disse "chocado". "Foi um choque para mim porque essa iniciativa é oposta às minhas convicções e práticas", disse. "Tenho mais o que fazer do que organizar palmas em uma loja." O supermercado assumiu toda a culpa. "A iniciativa foi toda do Intermarché. Nem o ministro e nem seus colaboradores tinham conhecimento dela", afirmou, em nota, a empresa.

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