Fatah distribui nova milícia na Cisjordânia

A nova unidade é uma resposta à milícia formada pelo Hamas, que distribuiu cerca de 3 mil homens na Faixa de Gaza em maio

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Por Agencia Estado
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A Fatah, partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Abbas, distribuiu uma nova milícia nas ruas da cidade de Jenin, na Cisjordânia neste sábado, em uma demonstração de força contra o governo do Hamas. A nova unidade, que possui 2.500 membros é uma resposta à nova milícia formada pelo Hamas, que distribuiu cerca de 3 mil homens na Faixa de Gaza em maio. A atitude do grupo extremista foi condenada pelo presidente Abbas. A presença da nova milícia da Fatah intensifica as tensões entre os dois grupos palestinos e aumenta a probabilidade de uma guerra civil. Um líder da Fatah em Jenin, Ata Abu Rmeileh, disse que o objetivo da nova força de segurança é apoiar os ramos da segurança palestina, que é dominado por membros do movimento. Demonstração de força Mais de 2 mil membros da nova unidade se reuniram em Jenin neste sábado usando lenços brancos e camisas pretas com os dizeres "Unidade de Proteção Especial" nas costas e uma foto do líder palestino Yasser Arafat na frente. Cerca de 70 deles estavam armados com rifles e dezenas portavam pistolas. Os novos soldados fizeram saudações à Fatah, dividiram-se em 23 grupos e marcharam pelas ruas da cidade cisjordaniana. Membros da Fatah afirmam que enquanto o Hamas não dissolver sua nova força de segurança, o movimento irá criar novas unidades na Cisjordânia e em Gaza. Cerca de 3 mil ativistas da Fatah estão treinando em Gaza, em preparação para uma possível distribuição na região. Contudo, nenhuma decisão foi tomada sobre a mobilização deste contingente. No sábado, o conselheiro de Abbas, Nabil Amr, reiterou que o presidente não viajará a Gaza até que o Hamas dissolva sua nova milícia. Luta pelo poder A criação da força de segurança do Hamas foi uma resposta ao presidente Abbas que Abbas assumiu o comando dos principais ramos da segurança palestina. A milícia do Hamas é comandada por Jamal Abu Samhadana, uma figura chave na organização de ataques com foguetes contra Israel. O controle sobre as forças de segurança é um elemento fundamental na luta pelo poder travada entre os dois grupos. Abbas foi eleito no ano passado e espera reiniciar as negociações de paz com Israel, enquanto o Hamas mantém sua linha ideológica dura, recusando-se a reconhecer a existência do Estado Judeu. A plataforma radical do Hamas acabou causando o bloqueio de milhões de dólares em ajuda internacional. O governo palestino enfrenta uma grave crise financeira e não consegue pagar os salários de seus 165 mil funcionários há meses.

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