PUBLICIDADE

FBI abre investigações sobre empresas de Murdoch

Murdoch defende forma como empresa lida com a crise.

Por BBC Brasil
Atualização:

O FBI (a polícia federal dos Estados Unidos) investiga acusações de que a News Corporation, o conglomerado de empresas de mídia do magnata Rupert Murdoch, tentou grampear telefones de vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001, segundo relatos surgidos nesta quinta-feira. Um alto funcionário do FBI confirmou à BBC que os relatos teriam "credibilidade". Um número cada vez maior de congressistas democratas e um republicano vinha pedindo por uma investigação. Os senadores democratas Jay Rockefeller, Barbara Boxer e Robert Menezes pediram nesta semana para que as autoridades dos EUA apurassem as denúncias. O congressista republicano Peter King, que preside o comitê de segurança nacional e representa uma região de Nova York que perdeu mais de 150 pessoas nos ataques de 11 de setembro, também pediu na quarta-feira por uma investigação do FBI. Em Washington, uma porta-voz do departamento de Estado, órgão que controla o FBI, não quis comentar o caso, afirmando que "o departamento não comenta investigações específicas, mas sempre vemos evidências de algo errado, tomamos as medidas apropriadas." Analistas dizem que uma investigação do FBI seria o primeiro indício de que o "escândalo dos grampos" que atinge a imprensa britânica, teria cruzado o Atlântico. Murdoch O Wall Street Journal, também da News Corporation, publicou nesta quinta-feira uma entrevista com Murdoch na qual ele defendeu a forma como a empresa lidou com a crise. Ele disse que sua companhia lidou com as denúncias "extremamente bem em todos os sentidos possíveis", mas admitiu "pequenos erros". Murdoch disse que "algumas das coisas que foram ditas no Parlamento (britânico) são mentiras completas". Perguntado sobre qual seria sua reação a respeito da publicidade negativa que a empresa vem recebendo, Murdoch disse que estaria "apenas aborrecido. Vou superar isto. Estou cansado". Ações A News Corporation, com sede em Nova York, é a dona da News International, a empresa britânica no centro do escândalo sobre obtenção ilegal de informações telefônicas e pagamento para policiais. O premiê britânico, David Cameron, ordenou que a Justiça do país apure as acusações. Murdoch já fechou no domingo o tablóide News of the World, de 168 anos de idade, e desistiu da compra bilionária da maior operadora de TV paga na Grã-Bretanha, a BSkyB. As ações da News Corporation caíram esta semana com o escândalo. O Wall Street Journal afirmou que o magnata estaria considerando a venda de seus diários britânicos, o The Times, The Sun e o Sunday Times. Nos Estados Unidos, a rede de TV Fox News, de Murdoch, é considerada por muitos democratas como uma ferramenta dos rivais republicanos, embora a emissora negue ser parcial. Na Austrália, país de nascimento de Rupert Murdoch, a premiê Julia Gillard disse apoiar uma investigação sobre os regulamentos da mídia, após o escândalo. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.