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FBI acha mais documentos sobre McVeigh

Por Agencia Estado
Atualização:

O FBI (polícia federal dos Estados Unidos) admitiu nesta terça-feira que encontrou outros sete documentos que não foram compartilhados com a equipe de defesa de Timothy McVeigh, mas reiterou sua versão de que tais evidências não servirão para mudar o veredicto de culpabilidade contra o homem que, em 1995, explodiu um edifício federal em Oklahoma City, matando 168 pessoas. Com o novo anúncio, o FBI não fez outra coisa além de aumentar as dúvidas que recaem sobre sua gestão do caso McVeigh, cuja execução estava prevista para ocorrer nesta quarta-feira, mas foi suspensa por um mês, até 11 de junho, justamente por causa da constatação de que 3.135 páginas de documentos não foram compartilhadas com a defesa. De acordo com o FBI, os sete documentos foram encontrados em seus escritórios de Baltimore. Assim como os outros milhares de documentos, eles deveriam ter sido entregues a tempo para a análise da equipe de defesa de McVeigh, tal como ordena a lei. Durante o julgamento, o réu admitiu sua culpa e o júri impôs a ele a pena de morte, programada para ocorrer na Penitenciária Federal de Terre Haute, no Estado norte-americano de Indiana, por meio da aplicação da injeção letal. Segundo os porta-vozes do FBI, Baltimore é o último escritório no qual poderiam ser mais encontrados mais documentos sobre o processo. Os advogados de McVeigh ainda não disseram qual posição tomarão e as dúvidas aumentam, pois o próprio condenado desistira de qualquer apelação contra a sentença. Mas se McVeigh autorizar seus advogados a apresentarem um recurso com base nas sérias irregularidades cometidas pelo FBI ou em algum detalhe contido nos documentos, a execução poderia ser adiada por várias meses mais, ou até anos, de acordo com diversos analistas. O diretor da polícia federal norte-americana, Louis Freeh, prestou depoimento hoje em uma audiência no Senado, depois da qual diversos legisladores elevaram suas críticas. O FBI cometeu "muitas falhas nos últimos tempos", disse o presidente da Comissão de Inteligência do Senado, Richard Shelby após uma reunião a portas fechadas com Freeh. "Tais erros não deveriam ocorrer", acrescentou o parlamentar ao comentar o escândalo dos documentos do caso McVeigh. Ainda nesta terça-feira, foi revelada uma carta escrita por McVeigh ao jornal Houston Chronicle na qual reitera que no caso não existe "John Doe 2", personagem misterioso que supostamente teria participado do ataque junto com o condenado e Terry Nichols, condenado com a prisão perpétua.

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