WASHINGTON - O FBI e o Departamento de Segurança Interna advertiram em maio que grupos supremacistas brancos haviam cometido mais ataques do que qualquer outro grupo extremista nos EUA nos últimos 16 anos e possivelmente cometerão mais ataques, indicou um relatório de inteligência obtido pela revista Foreign Policy.
Apesar de o presidente Donald Trump continuar resistindo em atribuir a violência a supremacistas brancos e grupos de extrema-direita, agências federais deixaram claro que esse tipo de extremistas representam uma séria ameaça.
A marcha "Unite the Right" (ou "Unir a Direita") realizada em Charlottesville, Virginia, atraiu centenas de supremacistas brancos, neonazistas e membros da Ku Klux Klan, desatou uma ondsa de violência no fim de semana e resultou em 34 feridos e 3 mortos. Uma mulher de 32 anos, Heather Heyer, morreu atropelada por um carro que investiu contra uma multidão que protestava contra a marcha racista. O motorista, James Alex Fields Jr., foi preso e indiciado por homicídio qualificado e lesão corporal dolosa.
O FBI concluiu que supremacistas brancos, incluindo neonazistas e membros da Klu Klux Klan são os principais responsáveis pelos ataques extremistas cometidos nos EUA. De acordo com o relatório, os supremacistas foram responsáveis por 49 homicídios em 26 ataques de 2000 a 2016, mais do que qualquer outros movimentos extremista nos EUA.
Um estudo independente compilado pelo Fundo Investigativo do Instituto Nacional revelou que entre 2008 e 2016, complôs e ataques da extrema-direita foram o dobro com relação aos incidentes relacionados a extremistas islâmicos.
Só em 2016, segundo o relatório da inteligência americana, grupos supremacistas e extremistas brancos cometeram um ataque letal e outros cinco com potencial de mortes. Todos tinham como alvo minorias relogiosas ou raciais, "incluindo latinos, afro-americanos, um estudante chinês e uma pessoa identificada como judia".
Um porta-voz do FBI disse que a agência não comentava relatórios específicos, mas informou que ele era "parte do contínuo diálogo entre as forças da lei e o FBI rotineiramente compartilha informações sobre potenciais ameaças para proteger as comunidades às quais elas servem".