O FBI, a polícia federal americana, abriu mais de 160 investigações ligadas à invasão ao Congresso por parte de apoiadores de Donald Trump em 6 de janeiro, disseram autoridades nesta terça-feira.
Esta foi a primeira entrevista coletiva do FBI e do Departamento de Justiça sobre os episódios no Congresso. Chamaram a atenção na entrevista as ausências do secretário de Justiça em exercício, Jeffrey Rosen, e do diretor do FBI Christopher Wray, que pouco apareceram em público na última semana.
O procurador federal em exercício da capital, Michael Sherwin, e o chefe do escritório do FBI em Washington, Steven D'Antuono, que estão comandando a extensa investigação, mencionaram terem descoberto planos para cometer uma quantidade "alucinante" de crimes, que vão de simples invasão e roubo de correspondência a homicídio doloso e conspiração para a sedição.
Eles disseram que estão rastreando pessoas em todo o país e prontos para prender centenas, ou mesmo milhares de pessoas.
"Estamos analisando casos de crimes significativos ligados a sedição e conspiração", afirmou, em referência a crimes que têm penas de até 20 anos. — A gama de conduta criminosa é realmente incomparável a qualquer tipo de cenário que já vimos.
D'Antuono afirmou que os de 160 a 170 investigações criminais atualmente abertas contra manifestantes são "a ponta do iceberg".
"Se você esteve no Capitólio dos Estados Unidos, os agentes baterão na sua porta. Agora é sua chance de se apresentar", disse.
Embora muitos deles envolvam pessoas cujas fotos se tornaram virais nas redes sociais, como a de um homem fotografado sentado à mesa de um funcionário da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, Sherwin disse que acusações mais sérias estão chegando e um júri está analisando os casos.
Os representantes do FBI e do Departamento de Justiça não explicaram como as falhas de segurança ocorreram e permitiram que o Congresso dos Estados Unidos fosse invadido, com parlamentares e funcionários do prédio sendo postos em perigo.
Também não foram fornecidos detalhes sobre o planejamento da ação. Há críticas sobre a falta de transparência em relação a possíveis falhas da inteligência em se antecipar à invasão, que foi planejada ao longo de semanas em redes sociais.
A ex-agente do FBI Asha Rangappa criticou a falta de explicações sobre por que o órgão não antecipara a invasão: “O FBI tem dois modos: reativo e proativo. Estamos ouvindo agora o que eles fizeram / estão fazendo REativamente. Não tenho dúvidas de que serão excelentes. Mas a questão é: por que houve falhas na PROatividade?! Parecem estar evitando isso”, afirmou no Twitter./AP e REUTERS