FBI pede mais poderes após complô frustrado no Iêmen

Diretor da polícia federal diz a congressistas que terror é 'prioridade nº1' e solicita renovação de lei de espionagem

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Por GUSTAVO CHACRA , CORRESPONDENTE e NOVA YORK
Atualização:

Dois dias depois do anúncio de que o serviço de inteligência da Arábia Saudita, em parceria com a CIA, infiltrou um agente duplo na Al-Qaeda da Península Arábica para impedir um atentado contra alvos americanos, o diretor do FBI (polícia federal dos EUA), Robert Mueller, pediu ao Congresso a renovação de uma lei que amplia os poderes de vigilância antiterrorista.Segundo Mueller, o FBI está examinando o explosivo apreendido na operação. O dispositivo, montado para passar despercebido em revistas aeroportuárias e ser escondido em roupas íntimas, foi desenhado pelo terrorista Ibrahim Hassan al-Asiri, um dos principais nomes da Al-Qaeda. "Nós vimos nos últimos dias que o combate ao terrorismo deve ser a nossa prioridade número um", afirmou Mueller para uma comissão do Congresso americano. Para ele, renovação da autorização é essencial.A lei foi aprovada em 2008 e expira em julho. Ela permite uma série de ações que, de acordo com o FBI, teria impedido ataques terroristas contra alvos americanos. Entre as mais controvertidas está a permissão do uso de mecanismos para espionar estrangeiros. Uma outra parte da lei autoriza a espionagem de cidadãos dos EUA ou de portadores do direito de residência após autorização do Tribunal de Vigilância de Inteligência estrangeira, que analisa os casos individualmente.As declarações públicas do diretor do FBI foram as primeiras sobre a operação de contrainteligência que frustrou o atentado da Al-Qaeda, divulgada na terça-feira pela imprensa americana. Segundo fontes do governo, um informante saudita infiltrou-se na Al-Qaeda, treinou em campos da rede no Iêmen e ofereceu-se para ser o homem-bomba do atentado durante um voo intercontinental com destino aos EUA em uma data próxima do aniversário de morte de Osama bin Laden, no dia 1º de maio.

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